Diante dos problemas climáticos enfrentados pela cultura em diversas regiões do Brasil, as estimativas foram reduzidas e regiões perderam quase 40%.
A primeira safra de milho foi de 26,4 milhões de toneladas, segundo o LSPA de julho. Nesse caso, o IBGE fez um ajuste de 2,4% para cima, na comparação com o LSPA de junho. No total, a produção de milho deverá somar 91,6 milhões de toneladas em 2021, tombo de 11,3% ante 2020. O grande problema está na segunda safra de milho, onde tudo começou com o plantio fora da janela, problemas climáticos no desenvolvimento das lavouras e as geadas dos últimos dias!
Na comparação com 2020, a quebra na segunda safra de milho levará a uma produção 15% menor. Na passagem das estimativas de junho para julho, os destaques foram as quedas nas produções previstas para o Paraná (-37,8%), Goiás (-4,9%) e Pernambuco (-17,2%).
Para a 2ª safra, a estimativa da produção caiu 5,9% frente ao mês anterior, ficando em 65,2 milhões de toneladas. Paraná (-37,8% ou 3,7 milhões de toneladas), Goiás (-4,9% ou 375,1 mil toneladas) e Pernambuco (-17,2% ou 9,2 mil toneladas) tiveram as principais quedas. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção do milho 2ª safra encontra-se 15,0% menor, apesar da área plantada ter aumentado 8,2%.
As revisões para baixo na estimativa da produção do milho de segunda safra foram as principais responsáveis pela redução, pelo quarto mês seguido, nas estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra de grãos de 2021.
“Com rendimento médio em queda (-3,4%), a estimativa da produção declinou 3,6% em relação à última informação mensal, totalizando 91,6 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção deve ser 11,3% menor, embora haja aumentos de 6,6% na área plantada e de 6,5% na área a ser colhida”, resumiu o IBGE, em nota.
Paraná terá maior perda da história nesta safra de milho
Antes do início desta segunda safra de milho o Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná esperava uma produção de 14,6 milhões de toneladas. Porém, uma série de intemperes se somaram e reduziram muito essa projeção, resultando na maior perda da história do estado.
Segundo o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio, o atraso no plantio, a forte estiagem, as intensas geadas de junho/julho e o ataque de cigarrinhas tiraram 8,5 milhões de toneladas da produção paranaense, deixando a nova projeção em apenas 6 milhões de toneladas.
Neste momento, com 22% das lavouras já colhidas e 96% das restantes na fase de maturação, o especialista descarta novos cortes na produção, mas ressalta para a possibilidade de perda de qualidade dos grãos caso chuvas intensas aconteçam neste momento de colheita.
- Bunge alcança monitoramento de 100% da cadeia indireta de soja em áreas prioritárias no Brasil
- Sítio Pedrão e Sitío Campo Azul vencem Coffee of the Year Brasil2024
- Instabilidade no tempo marca os próximos dias no Estado
- Jeff Bezos investe R$ 44 milhões em vacina para reduzir metano do gado
- Abiove projeta produção recorde de soja em 2025
Com isso, segundo o Deral, a perda nesta safra é a maior da história, atingindo 8,5 milhões de toneladas. Apenas as perdas da “safrinha”, a principal do milho no Brasil, são equivalentes a cerca de três safras de verão, que costumam girar em torno de 3 milhões de toneladas.
Já o prejuízo financeiro estimado, considerando os preços médios de 2021, é de R$ 11,3 bilhões.
Para a sequência das atividades, esta conjunção de preços atrativos e falta de disponibilidade do grão no mercado deve estimular os produtores paranaenses a aumentar a área cultivada com milho na próxima safra verão 21/22. O especialista aponta que os 300 mil hectares da temporada passada podem virar até 500 mil com crescimento em áreas de pastagem, de feijão, e até mesmo em detrimento da soja.