A produção brasileira está projetada para superar 11,5 milhões de toneladas, destacando-se o Sul do país com excelente qualidade.
O mercado de arroz em 2025 será marcado por ampla oferta e desafios estratégicos significativos. A projeção é do analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
A produção brasileira está projetada para superar 11,5 milhões de toneladas, destacando-se o Sul do país com excelente qualidade devido às condições climáticas favoráveis. “Em toda a região arrozeira do Mercosul, a produção tem potencial para superar 16 milhões de toneladas”, acrescenta o analista. A colheita deverá ter início na Fronteira Oeste em meados de fevereiro, com o pico entre o final de março e início de abril, e o processo industrial geralmente demanda períodos mínimos de até 15 dias, assegurando o melhor aproveitamento do produto.
“A pressão sobre os preços será inevitável com o significativo aumento no lado da oferta, especialmente no primeiro semestre do ano vindouro”, justifica o consultor. O piso de preços para o pico da colheita está estimado entre R$ 80,00 e R$ 90,00 por saca de 50 quilos, valores que praticamente equivalem a um “empate” para os produtores, considerando uma gestão eficiente de custos e alta produtividade esperada. “Esse cenário reforça o potencial realinhamento de preços ao longo da cadeia produtiva, equilibrando margens e garantindo sustentabilidade para todos os elos”, acredita.
As exportações continuarão desempenhando um papel crucial como balizador de preços, especialmente diante de uma demanda interna ainda enfraquecida. O dólar elevado – se estabelecendo acima de R$ 6,00 – deve favorecer a competitividade do arroz brasileiro no mercado internacional, ampliando oportunidades, mas também exigindo cautela devido à maior concorrência em mercados-chave como o africano (grande consumidor de quebrados). “A meta de 2 milhões de toneladas (base casca) de embarques – já alcançada em temporadas anteriores – torna-se crucial a fim de se evitar estoques de passagem ainda maiores para 2026”, pondera Oliveira.
No mercado interno, o consumo retraído observado principalmente no segundo semestre de 2024 deve persistir no início de 2025, embora a queda nos preços ao consumidor e estratégias de promoção à cultura (diversas entidades e empresas já trabalhando nesse sentido) possam estimular uma recuperação gradual. O varejo terá um papel central na adaptação ao novo cenário, com marcas tradicionais buscando reconquistar espaço frente às marcas “de combate”, focadas em um público sensível a preços.
Entre as variáveis críticas, destaca o analista, o câmbio será determinante para a atratividade do arroz brasileiro no mercado externo, enquanto a demanda global estará sob influência de estoques internacionais, ampliação das exportações indianas e a recuperação da competitividade logística do Brasil frente aos Estados Unidos (em torno de US$ 100/tonelada ou US$ 5,00/saca).
“Diante deste panorama, 2025 será um ano desafiador, mas também repleto de oportunidades”, adverte o consultor. “O sucesso do setor dependerá de uma gestão estratégica, tanto por parte do setor produtivo quanto dos demais agentes da cadeia produtiva, para navegar num mercado em constante transformação e assegurar a sustentabilidade de todos os agentes envolvidos na cultura”, finaliza.
Fonte: Agência Safras
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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