Após colher um volume recorde em 2016/17, a safra de grãos, em Minas Gerais, ficará menor no período 2017/18.
De acordo com o segundo Acompanhamento da Safra de Grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção estadual ficará entre 12,8 milhões e 13,3 milhões de toneladas, retração de 8,6% no volume mínimo e de 5,1% caso a produção máximo seja alcançada.
Os preços baixos pagos pelo milho e o atraso das chuvas são fatores que, até o momento, contribuíram para a estimativa de queda na produção.
Segundo os técnicos da Conab, os dados deste levantamento ainda são preliminares e poderão ser reajustados conforme o avanço do plantio e desenvolvimento das culturas.
De acordo com o secretário substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sávio Pereira, houve um atraso no início do período chuvoso nas principais regiões produtoras de grãos do País, incluindo Minas Gerais, mas o plantio já está em curso.
“Apesar do ligeiro atraso nas chuvas, o plantio da safra de grãos vai muito bem. Ano passado tivemos uma safra excepcional. Do ponto de vista climático foi um dos melhores anos das últimas duas décadas. Tivemos produtividades elevadas e as comparações da atual temporada com o ano passado são um pouco fora do esquadro. Mesmo com a previsão de queda, a situação dos estoques é tranquila e o volume produtivo, principalmente de milho, será suficiente para o abastecimento interno e para atender as exportações”, explicou.
Com a produção estimada entre 12,8 milhões e 13,3 milhões de toneladas de grãos, o que representa uma queda entre 8,6% e 5,1%, a produtividade estimada para a atual safra é de 3,97 toneladas por hectare, queda de 4,8%.
Também foi verificada redução da área plantada. A estimativa é que a safra ocupe entre 3,23 milhões e 3,35 milhões de hectares, espaço de 4% a 0,4% inferior aos 3,37 milhões de hectares utilizados anteriormente.
Em Minas Gerais, o levantamento aponta para uma forte redução na área de milho primeiro safra, que ficará entre 763,9 mil e 809,4 mil hectares, retração de 16% no espaço mínimo e de 11% no espaço máximo, quando comparado com os 909,4 mil hectares plantados na safra anterior.
“Nos últimos anos, a queda na produção de milho primeira safra já é uma tendência, principalmente pela concorrência com a soja. Este ano, o plantio atrasou em função das chuvas tardias, mas já estamos retomando o processo de plantio”, explicou o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto.
Levando em conta possíveis problemas climáticos, a Conab reduziu a produtividade do milho em 2,6%, com rendimento médio esperado de 6,21 toneladas por hectare.
A previsão é colher entre o mínimo de 4,74 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 18,1%, e o máximo de 5 milhões de toneladas, retração de 13,3% quando comparado com as 5,76 milhões de toneladas do cereal colhidas na primeira safra de 2016/17.
A queda na área plantada se deve aos baixos preços praticados no mercado, o que estimulou a substituição do milho por culturas mais rentáveis, como a soja. O atraso das chuvas também contribui para a redução, uma vez que em outubro quase não choveu e, por isso, quase não houve plantio.
Regiões
Segundo os pesquisadores da Conab, houve redução de área destinada ao milho em todas as regiões do Estado. No Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Noroeste, parte do Centro-Oeste e Sul, a redução ocorreu devido à ampliação da área de soja.
A mudança de culturas também foi acatada pelos produtores devido à necessidade de rotação de culturas e à possibilidade de incremento de renda no ano-safra, uma vez que a perspectiva é de implantação da safrinha de milho em sequência à colheita da soja precoce.
Outro fator que influenciou a redução de área foi o receio de novas infestações por cigarrinha, que acarretou perdas significativas na safra anterior.
Fonte: Sistema FAEMG