Conab descarta recorde apesar do avanço de 5% em relação à safra passada de 12,7 mi de tonelada
Apesar das adversidades climáticas decorrentes do fenômeno La Niña, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que produção brasileira de grãos na safra 2021/2022 será 5% maior que a do período anterior (2020/2021) e deve chegar a 268,2 milhões de toneladas.
Os contratos futuros de soja e milho negociados nos Estados Unidos fecharam em queda após uma sessão volátil, na quinta-feira (10), recuando após uma corrida para atingir as máximas em vários meses, visando realização de lucros e vendas de agricultores, apesar das estimativas de encolhimento nas safras da América do Sul devido à seca.
Na bolsa de Chicago, a soja para março registrou queda de 20,50 centavos de dólar e será comercializada a U$S 15,7425 por bushel, após ter atingido um pico de U$S 16,33 dólares, o patamar mais alto em um gráfico contínuo do contrato de soja mais ativo desde 13 de maio de 2021. Já o milho de março terminou em queda de 5 centavos de dólar a U$S 6,4175 por bushel, após subir para U$S 6,6275 dólares, a máxima desde 24 de junho. O trigo de março também terminou em queda de 13,50 centavos de dólar a U$S 7,7150 dólares, depois de subir para U$S 8,0175, o maior nível desde 26 de janeiro.
Para o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, a safra atual “sofre impacto da forte estiagem, verificada no sul do país e no centro-sul de Mato Grosso do Sul”; devido as adversidades climáticas decorrentes do fenômeno La Niña, estima-se que a produção brasileira de grãos na safra 2021/2022 será 5% maior que a do período anterior (2020/2021). Continuando argumenta: “justifica as perdas expressivas na produtividade estimada, sobretudo nas lavouras de soja e milho”. Ribeiro destaca, ainda, que nem as chuvas mais regulares em janeiro em comparação com dezembro no sul do país foram suficientes para alcançar a média pluviométrica esperada.
O total esperado para o resultado da temporada 2020/2021, representa uma redução das expectativas em comparação ao boletim divulgado em janeiro, no qual a companhia estatal estimava que a produção nacional de grãos poderia atingir 284,4 milhões de toneladas. Se alcançado o volume, representaria um incremento de 12,5% em comparação ao mesmo período na safra passada.
Soja
Segundo a Conab, 16,8% das lavouras dedicadas ao cultivo da soja já foram colhidas e deve amargar uma queda de produtividade de cerca de 9% em comparação à safra passada. Mesmo que o plantio tenha ocorrido dentro da janela ideal, observando as adversidades climáticas as principais regiões produtoras foram prejudicadas, gerando uma expectativa de que, a produção total nacional não ultrapasse 125,47 milhões de toneladas, enquanto as exportações do produto devem ficar em 80 milhões de toneladas. A previsão informada em boletim era de que a produção da oleaginosa atingisse 140,50 milhões de toneladas e as exportações, 89,31 milhões de toneladas.
Milho
Já em relação à produção do milho, a Conab acredita que se recupere das dificuldades iniciais e que a colheita pode chegar a 112,34 milhões de toneladas do grão – resultado 29% maior que a safra de 2020/21. O resultado ficou muito próximo ao total colhido na temporada passada e deve permanecer em 24 milhões de toneladas. É esperado um aumento de 47% na colheita, para a segunda safra, podendo chegar a 86 milhões de toneladas. Com a maior produção e o real desvalorizado frente às principais moedas podem acabar favorecendo a exportação de aproximadamente 35 milhões de toneladas de milho.
Feijão
O feijão que teve reduzida sua área cultivada, a produção total deve se manter em torno das mesmas 3 milhões de toneladas se comparada ao período anterior, já que a primeira safra da atual temporada deve apresentar uma queda na colheita de 4,2%, afirmam os técnicos da Conab mas acreditam que as próximas duas safras da leguminosa apresentem recuperação.
Arroz
Na safra do arroz, a Conab espera que a colheita pode atingir 10,57 milhões de toneladas. Se confirmado as expectativas, representará uma queda da produção em torno de 10%.
“O desempenho da atual safra sofre impacto da forte estiagem, verificada nos estados da região sul do país e no centro-sul de Mato Grosso do Sul, que justifica as perdas expressivas nas produtividades estimadas, sobretudo nas lavouras de soja e milho”, sustenta o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro, em nota. “Mesmo com índices pluviométricos mais regulares em comparação ao registrado em dezembro do ano passado, a chuva registrada em janeiro na região sul não foi suficiente para atingir a média em toda a região”, pondera Ribeiro.