A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 254,4 milhões de toneladas no ano de 2021, 0,4% menor que a de 2020.
A safra agrícola brasileira alcançou um valor de produção recorde de R$ 743,3 bilhões em 2021, um crescimento de 58,6% ante o desempenho registrado no ano anterior. Os dados são da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2021, divulgada nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Estado do Mato Grosso abocanhou o maior valor de produção em 2021, R$ 151,7 bilhões, um aumento de 91,5% em relação a 2020. O Rio Grande do Sul alcançou R$ 90,8 bilhões, alta de 138,4% em apenas um ano, e São Paulo somou R$ 84,1 bilhões, crescimento de 23,7%.
“A elevada demanda externa e interna das commodities agrícolas, com o dólar mantendo sua valorização frente ao real, somada à escalada nos preços dos combustíveis, os preços dos principais produtos agrícolas nacionais estabeleceram-se em patamares elevados. Como resultado, a produção agrícola brasileira, em 2021, apresentou novo crescimento no valor de produção”, justificou o IBGE, em nota.
A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 254,4 milhões de toneladas no ano de 2021, 0,4% menor que a de 2020. A área plantada chegou a 85,8 milhões de hectares, 3,3% superior à de 2020.
“O ano foi marcado pela instabilidade climática entre o outono e o inverno, que afetou principalmente o desenvolvimento das culturas de 2ª safra em boa parte do território nacional. Culturas como o milho, a cana-de-açúcar e o café apresentaram significativa queda na produção. Os Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul foram os mais afetados. Contudo, as principais culturas temporárias com predomínio de cultivo na 1ª safra, como a soja e o arroz, apresentaram bons resultados. Destaque para o Estado do Rio Grande do Sul, que apresentou boa recuperação, após problemas climáticos enfrentados no ano anterior, que afetaram a produtividade de diversas culturas no território gaúcho”, completou o instituto.
A produção de soja, de 134,9 milhões de toneladas, 10,8% maior que a de 2020, alcançou R$ 341,7 bilhões em valor de produção em 2021, um salto de 102,1% ante o ano anterior. O município de Sorriso, no Mato Grosso, obteve o maior valor de produção de soja, com uma fatia de R$ 5,0 bilhões, seguido por São Desidério, na Bahia, com R$ 4,2 bilhões, e Rio Verde, em Goiás, com R$ 3,7 bilhões.
Sorriso
A safra de milho, de 88,5 milhões de toneladas, 14,9% menor que a de 2020, conquistou um valor de produção de R$ 116,4 bilhões em 2021, alta de 60,7% em relação ao ano anterior. Sorriso também foi destaque, com R$ 3,9 bilhões de valor de produção do grão, seguido por Rio Verde, com R$ 3,5 bilhões, e Nova Ubiratã, no Mato Grosso, com R$ 2,0 bilhões.
A cana-de-açúcar teve queda de 5,3% na safra de 2021 ante 2020, com 715,7 milhões de toneladas, mas ainda alcançou o terceiro maior valor de produção entre os produtos investigados, R$ 75,3 bilhões no ano passado, um crescimento de 24,4% em relação ao ano anterior. Os três principais municípios em valor de produção da cultura foram Uberaba (MG), Rio Brilhante (MS) e Nova Alvorada do Sul (MS).
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A safra de café, de 3 milhões de toneladas, 19,2% inferior à de 2020, teve um valor de produção de R$ 34,9 bilhões, crescimento de 27,9%. Os municípios de Patrocínio (SP), Pedregulho (SP) e Campos Gerais (MG) se destacaram no valor de produção de café arábica, enquanto Rio Bananal (ES), Vila Valério (ES) e Linhares (ES) obtiveram os maiores valores para o canephora.
A produção de algodão, de 5,7 milhões de toneladas, 19,2% menor que a de 2020, rendeu R$ 26,5 bilhões em valor de produção em 2021, um aumento de 38,6% em relação ao ano anterior. O município de Sapezal, no Mato Grosso, arrecadou R$ 4,6 bilhões, seguido por Campo Novo do Parecis, também no Mato Grosso, com R$ 2,2 bilhões, e São Desidério, com R$ 1,7 bilhão.
Os demais destaques no ranking de valor de produção em 2021 foram arroz em casca (R$ 19,147 bilhões, alta de 64,6% ante 2020), mandioca (R$ 12,702 bilhões, alta de 16,6%), laranja (R$ 12,535 bilhões, alta de 16,8%), feijão em grão (R$ 12,049 bilhões, alta de 11,8%) e trigo (R$ 10,999 bilhões, alta de 62,4%).