A projeção específica para algumas culturas destaca que a soja deverá atingir 162,4 milhões de toneladas, consolidando o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa; confira
Na quinta-feira (9), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 2º Levantamento da Safra de Grãos, projetando que a produção brasileira de grãos atingirá 316,7 milhões de toneladas na safra 2023/2024. No entanto, este número representa uma leve queda de 1,5%, equivalente a 4,7 milhões de toneladas, em comparação com a safra anterior de 2022/2023.
O avanço da semeadura no início de novembro despertou atenções para a evolução das lavouras, embora o percentual de área semeada esteja atualmente abaixo do observado no mesmo período da safra anterior. As condições climáticas, como o excesso de chuvas nas regiões Sul e Sudeste e as baixas precipitações no Centro-Oeste, são apontadas como responsáveis por essa discrepância.
A segunda estimativa revela um crescimento de 0,5% na área cultivada, totalizando 78,9 milhões de hectares. O presidente da Conab, Edegar Pretto, expressou otimismo em relação à safra, destacando que, apesar das influências do El Niño, o Brasil pode alcançar a segunda maior produção de grãos de sua história.
A projeção específica para algumas culturas destaca que a soja deverá atingir 162,4 milhões de toneladas, consolidando o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. Já o milho apresenta uma redução de 5% na área cultivada, com produção prevista de 119,1 milhões de toneladas. Para o algodão, espera-se um crescimento de 4,2% na área semeada, alcançando 1,73 milhão de hectares e uma produção de 3,04 milhões de toneladas da pluma.
Quanto ao mercado, a demanda doméstica de milho indica um consumo interno de 84,5 milhões de toneladas ao longo de 2024, um aumento de 6,1% em comparação com a safra anterior. Prevê-se que a redução na produção brasileira do cereal, somada à maior oferta no mercado externo, impactará as exportações, resultando em um estoque de milho em fevereiro de 2025 de 8,9 milhões de toneladas.
No segmento de soja em grãos, as exportações de janeiro a outubro de 2023 superam em cerca de 25% o mesmo período de 2022. Por isso, a Conab ajustou as exportações previstas para 2023, elevando-as de 97,48 milhões de toneladas para 98,06 milhões de toneladas.
Em relação ao algodão, apesar do desempenho mais fraco desde outubro, há expectativas de melhoria na safra 2023/24, com um crescimento previsto de 7,35% no consumo, totalizando 730 mil toneladas. Os estoques finais devem cair 7,73% em comparação com a safra anterior, atingindo 1,98 milhão de toneladas.
Por fim, as importações de trigo foram revisadas para 5,4 milhões de toneladas devido à redução na produção, prevendo encerrar a safra 2023 com um estoque de passagem de 531,9 mil toneladas. Essas projeções indicam desafios e oportunidades para o setor agrícola brasileiro nos próximos meses.
Impactos no setor agrícola com projeções para a safra 2023/2024
As projeções divulgadas pela Conab para a safra 2023/2024 no Brasil apresentam uma série de desafios e oportunidades para o setor agrícola do país, confira as principais:
Produção total de grãos
A previsão de uma produção de 316,7 milhões de toneladas representa uma ligeira queda de 1,5% em relação à safra anterior. Esse declínio, atribuído principalmente a condições climáticas adversas, pode impactar a oferta de grãos no mercado interno e externo.
Área cultivada e condições climáticas
O aumento de 0,5% na área cultivada, atingindo 78,9 milhões de hectares, é um indicativo positivo. No entanto, as condições climáticas desfavoráveis, como o excesso de chuvas em algumas regiões e a falta delas em outras, podem afetar a produtividade e gerar desafios logísticos durante a colheita.
Culturas específicas
Para a soja, o Brasil mantém sua posição como o maior produtor mundial, com uma estimativa de 162,4 milhões de toneladas. Esse aumento de 2,8% na área semeada sugere uma forte demanda global pela oleaginosa brasileira.
A redução de 5% na área de cultivo de milho, combinada com uma produção prevista de 119,1 milhões de toneladas, pode impactar o mercado interno e as exportações, especialmente considerando o aumento na demanda doméstica.
O crescimento esperado na área de algodão, de 4,2%, indica um setor que busca se recuperar, embora o desempenho recente tenha sido mais fraco.
Demanda e exportações
A previsão de aumento na demanda interna de milho em 6,1%, combinada com a redução na produção, pode resultar em um impacto nas exportações, contribuindo para a diminuição do estoque ao final da safra.
As exportações de soja em grãos são ajustadas para 98,06 milhões de toneladas, refletindo um mercado global robusto e uma posição sólida do Brasil como fornecedor internacional.
Desafios no mercado internacional
O mercado internacional do trigo apresenta desafios com as importações revisadas para 5,4 milhões de toneladas. A redução na produção nacional e as incertezas globais podem afetar a balança comercial da commoditie, exigindo uma gestão cuidadosa dos estoques.
Perspectivas econômicas
O desempenho do algodão, apesar do cenário mais fraco, poderá melhorar com a recuperação da economia. O crescimento esperado de 7,35% no consumo sinaliza uma demanda crescente por produtos têxteis.
Em resumo, as projeções indicam um cenário misto para o setor agrícola brasileiro, com desafios climáticos, mudanças na demanda e oportunidades de crescimento. A capacidade do setor em adaptar-se a essas variáveis será crucial para determinar seu sucesso na safra 2023/2024.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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