A produção de soja na região do Matopiba, compreendida por parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, vai aumentar 72% na safra 2016/2017 em relação ao ciclo anterior.
Os dados constam do 7º Levantamento de Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na última semana, e comprovam a viabilidade da região para a produção de grãos com alta produtividade. Conforme os dados da Conab, por conta da expectativa de aumento da área plantada ser de apenas 4,2%, a produtividade deve ter uma elevação de 60,2% em relação à safra 15/16.
O Piauí apresentou os melhores resultados. A produção no estado passou de 645,8 mil toneladas na safra 2015/2016 para 2,081 milhões de toneladas na safra atual, uma elevação de 222,3%. A área plantada passou de 565 mil hectares para 693,8 mil hectares, uma elevação de 22,8%. A produtividade saltou de 1.143 Kg por hectare para 3.000 Kg por hectare, um incremento de 162,5%.
Na avaliação do diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, o crescimento mais elevado da produção neste ciclo ocorreu devido a forte estiagem que atingiu a região nos últimos quatro anos e que provocou dúvidas sobre a viabilidade da região para o plantio de grãos. “A seca foi uma situação isolada, ocasionada por fatores climáticos como o El Niño. Os resultados contestam os números divulgados recentemente por uma consultoria, segundo os quais o Matopiba estaria perto do limite”, comenta.
Segundo avaliação de técnicos da entidade, também contribuiu para a baixa produtividade dos anos anteriores o fato de a região possuir um solo ainda novo, pouco utilizado, mas que apresenta, entretanto, grande capacidade de estabilização nutricional.
Para o diretor executivo da Aprosoja Piauí, Rafael Maschio, os estudos de Zoneamento Agrícola de Risco Climático publicados anualmente, através de portarias do Ministério da Agricultura, demonstram a capacidade dos municípios produtores. “Os dados falam por si só quanto ao crescimento e viabilidade da produção. Como ocorre nas demais regiões do país, temos adversidades climáticas sim, porém nada que inviabilize a região”, afirma.
O diretor defende o oferecimento de seguro agrícola que garanta não só a cobertura dos custos de produção mas também garanta a renda do produtor nos anos de adversidades. “O sojicultor desta região tem investido em tecnologia para minimizar riscos climáticos, porém a política publica do seguro agrícola ainda deixa muito a desejar”, acrescenta.
Desempenho favorável
A produção também cresceu nos outros três estados. No Tocantins, a área plantada passou de 870,8 mil hectares para 956,1 mil hectares (alta de 9,8%), A produtividade saltou de 1.937 para 2.914 Kg por hectare e a produção de grãos subiu de 1,686 para 2,786 milhões de toneladas (alta de 65,2%).
Já o Maranhão reduziu sua área plantada de 786,3 mil hectares na safra passada para 672,2 no ciclo atual. Em compensação, elevou sua produtividade em 88,9%, passando de 1.590 Kg por hectare para mais de 3.003 Kg por hectare, enquanto que a produção saltou de 1,250 milhão de toneladas para 2,030 milhões de toneladas, representando uma alta de 62,4%.
No oeste da Bahia (50,6%), a área plantada teve pequena elevação de 3,5% e passou de 1,526 milhão de hectares para 1,580 milhão de hectares. A produtividade subiu de 2.103 Kg por hectare para 3.060 Kg por hectare, uma elevação de 45,4%. A produção de grãos aumentou de 3,211 milhões de toneladas para 4,835 milhões de toneladas, um crescimento de 50,6%.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, os produtores devem continuar investindo e acreditando na região. “O que aconteceu nos últimos quatro anos no Matopiba foi um problema climático. Nunca duvidamos da capacidade e da viabilidade da região como nova fronteira agrícola. Os números deste ano comprovam isto”, salientou o presidente da Aprosoja.
Fonte: Aprosoja Brasil