A guerra serve para muita coisa, à contar como desculpa para lucros e abusos que por vezes não tem razão de ser; planejamento e previsão tem perpetuado potencias econômicas.
Por Raimundo Candido da Silva Jr* – Estamos à 14.451 kms de distância da Rússia e da Ucrânia. O maior parceiro comercial do Brasil é a China, correspondendo à 31,28% das exportações Brasileiras. Portanto, essa guerra em tese não deveria fazer a menor diferença para nós.
Com um rebanho bovino de 224 milhões e 600 mil cabeças segundo dados do IBGE de 2021, com 214 milhões e 300 mil pessoas, com um consumo anual per capita de 24,2 kgs por habitante segundo a Agencia Brasil temos um consumo interno bem abaixo do que se produz.
Essa estatística economicamente é péssima, uma vez que o mercado interno não absorve o que produz, não se auto gere, também não se regula, portanto não detêm o poder sobre a cotação do que produz lançando os produtores e a economia agro do País à dependência das exportações sob o risco de uma ruptura planejada nas compras como forma de rebaixar os preços da carne.
Enquanto temos essa fragilidade crescente nesse flanco, também temos uma dependência de insumos agrícolas advindos do exterior, como adubo da Rússia e defensivos produzidos aqui por multinacionais estrangeiras, ou seja, dependência da China na venda, dependência da Rússia e de vários outros Países na produção, in fine, não temos poder sobre nós e nem sobre o que produzimos.
Com uma vastidão territorial, com terra de qualidade, produzindo alimentos historicamente, independência econômica e auto sustentabilidade deveriam ser para nós tão elementares como o arroz e o feijão, mas não é, falta planejamento e previsão.
Eficiência, planejamento, previsão e investimento envolvendo o setor privado e o governamental fomentaram a economia de países que o eram iguais e hoje não o são mais.
Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na proporção de suas desigualdades, o princípio jurídico da igualdade, isso diz muita coisa…
Esse princípio demonstra claramente o caráter personalizado de uma gestão, estratégias visando o desenvolvimento, o crescimento, o aspecto do sobreviver, do crescer e do perpetuar.
Projetos visando eficiência na produção da pecuária de corte, uma vez que a carne é a commoditie de maior valor agregado, que por vezes é corroído pela falta de planejamento, tendo – se um ativo imobilizado enorme (fazenda) e um capital de giro (gado) pulverizado por custos, perdas ativas (diretas) e passivas (indiretas) que na melhor hipótese o impedem de crescer.
O tamanho do rebanho e o tamanho da propriedade não são os fatores mais importantes, muito pelo contrário, à depender como se atua, depõe contra, fundamenta o ser menos quando se poderia ser mais, esse é um pensamento que só serve para induzir em erro a própria realidade.
Se observarmos a propriedade como um campo de batalha, veremos facilmente que somos obrigados à avançar ano à ano…que a multiplicação deve ser escalonada, que a liquidez é a verdade e que para chegarmos à um resultado positivo o planejamento, a projeção e a mensuração de resultados devem estar presentes no dia a dia de qualquer atividade.
Uma atividade econômica que não tenha isso, é tal qual um avião que encontra -se voando às cegas, enquanto tiver combustível ($) não cairá, mas tudo será apenas uma questão de tempo.
Outros artigos do autor:
Raimundo Candido da Silva Jr é Advogado, Jurista, Administrador com especialização em Agronegócios, Escritor, Conferencista e Palestrante – Contato (18) 99723 3949 (Whatsapp) e E-mail: palestraseconferencias@yahoo.com
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.