Rio Verde terá internet 5G nas lavouras de soja, veja!

Duas torres capazes de transmitir a tecnologia já foram instaladas na cidade; uso da rede, de forma experimental, será lançado no dia 3 de dezembro.

Falta pouco para que Rio Verde seja a primeira cidade do país a testar a tecnologia 5G na área rural. Uma parceria firmada entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), o Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e a operadora de telefonia Claro começa a experimentar a rede no campo a partir do dia 3 de dezembro.

Duas torres de transmissão foram instaladas no município. Uma na fazenda Nicolly e outra na unidade do Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (Ceagre), localizado no centro da cidade, que também será inaugurado no próximo dia 3.

Segundo o presidente da Fapeg, Robson Domingos, a rede 5G não estará disponível para usos comerciais da população de Rio Verde. A autorização obtida pela Claro para uso da tecnologia é experimental. Mesmo assim, quem vier a frequentar a nova unidade do Ceagre terá acesso à tecnologia de banda larga móvel.

“No Ceagre, no centro de Rio Verde, nós teremos um espaço para incubação de startups voltadas para as atividades do agronegócio. Essas startups terão acesso à rede 5G que está sendo instalada. Isso é essencial para o desenvolvimento de diversas tecnologias da agricultura exponencial como realidade aumentada, realidade virtual, robótica, inteligência artificial, internet das coisas. Nós queremos que Rio Verde se torne um polo de desenvolvimento tecnológico da agropecuária”, destacou.

Para o vice-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Ênio Fernandes, as possibilidades de melhoria no campo com a rede 5G são inúmeras. “Se apenas a chegada da internet no meio rural já melhorou tanto a vida do produtor com acesso à informações, conhecimento, possibilidade de cuidar melhor do negócio, a rede 5G deve trazer benefícios que a gente nem imagina. Até porque essa tecnologia ainda nem existe no Brasil!”, ressalta.

Apesar da Claro já estar oferecendo comercialmente, desde julho, a velocidade 5G nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo por meio de frequências “antigas” (que transmitem os sinais 4G, 3G e 2G), esse modo de transmissão da tecnologia deixa de fora algumas vantagens, como a baixa latência.

Esse item está ligado ao tempo em que um pacote de dados leva para ser enviado para a rede e retornar ao dispositivo. É por meio da baixa latência que a operação de maquinários agrícolas sem motoristas pode ser feita com segurança, por exemplo.

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Claro recebeu, em outubro, uma autorização para usar temporariamente a frequência 3,5GHz na transmissão de banda larga móvel em Rio Verde. Esta frequência é uma das que constam listadas pela Anatel nas ofertas do Leilão do 5G a ser realizado em 2021. Por essa e outras frequências ainda não estarem vendidas, o uso é apenas permitido para fins científicos e experimentais.

O reitor do IF Goiano, Elias de Pádua Monteiro, explica que durante um ano, a Claro deve avaliar o uso de equipamentos, o funcionamento da rede 5G na área rural e possíveis soluções para o aprimoramento da tecnologia. Todos os resultados devem ser repassados à Anatel e ao governo de Goiás. A instituição pública de ensino deve contribuir neste processo com a infraestrutura disponível.

Considerando a expectativa de que o Leilão do 5G seja realizado no próximo ano, durante o vigor  do uso experimental da tecnologia em Rio Verde, é possível que a cidade possa manter a estrutura das torres e iniciar o uso comercial da internet móvel de última geração.

Enquanto apenas 18,5% da população rural no Brasil possui conexão com a rede 4G, segundo estudo do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura, Rio Verde pode se tornar pioneira por ter estruturas de conexão 5G aos agricultores e pecuaristas do município.

Fonte: Canal Rural

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