Rinconada resgata a história forjada a fogo por meio da tradição do cavalo e da dança; edição deste ano homenageia o coronel Bayard Jacques, realizador de evento que deu origem à festa
A terceira edição da Rinconada, que hoje conta com gineteadas e um incomparável espetáculo de dança em trio – prenda, cavalo e cavaleiro, é inspirada em evento de 1989. O criador foi o coronel Bayard Bretanha Jacques, integrante do grupo que deu início ao Freio de Ouro e que possui uma prova que leva seu nome.
O evento nos faz percorrer a lembrança de tempos longínquos que forjaram a história dos gaúchos a ferro e fogo. Isto porque, em 1865, uruguaios e brasileiros travaram a Batalha de Jaguarão, quando tropas do país vizinho cruzaram a fronteira. Cerca de 500 militares expulsaram os adversários que estavam com o triplo de soldados. Em razão disso, anualmente é realizada a Epopeia do 27 de Janeiro de 1865 na cidade de Jaguarão (RS), a Cidade Heróica, desde 1965, por iniciativa do CTG Rincão da Fronteira.
Pouco depois, em 1989, o coronel Bayard, com o intuito de reunir os gaúchos e os uruguaios e ressignificar o acontecimento de 1865, criou uma celebração em moldes diferentes do que é a Rinconada hoje.
Integrante da comissão organizadora da Rinconada, Rouget Wrege explica que a festa é inspirada na original e que depois de tantos anos traz uma visão mais atual e eclética. “A nossa geração tinha entre 10 e 12 anos nessa época e ficou com isso gravado a fogo na memória. Então, quando chegou a nossa vez de estarmos na patronagem do CTG, a gente resolveu resgatar essa festa. Por isso a reedição da Rinconada. O evento da Epopéia de 27 de janeiro nunca deixou de acontecer. A Rinconada atual, que é a inovação, acabou se tornando a cereja do bolo desse evento”, explica.
Wrege também busca nos primórdios dos gaúchos a explicação do porquê celebrar com gineteadas. “A gineteada, ao nosso entender, hoje é um esporte, mas ela talvez seja, junto com a Doma, a manifestação mais autêntica e primária da relação entre o homem e o cavalo. A gineteada era uma relação necessária entre o homem e o cavalo nos primórdios, onde os cavalos eram muito mais brutos e os homens também. Era um embate extremamente necessário naquela época. Então, para nós que cultuamos e amamos e somos apaixonados pela relação homem e cavalo, a demonstração do primeiro embate entre o homem e o cavalo é muito intrínseca e muito incrustada no gaúcho”, detalha.
Por fim a evolução desta relação percorre a Rinconada e culmina, mais lapidada, no bailado Coração e Alma, na qual homem e cavalo se tornam um só ao cortejar uma mulher, numa entrega quase sinérgica.
A terceira edição desta nova Rinconada acontece nos dias 25 e 26 de janeiro no Campo do Navegantes, em Jaguarão (RS). O evento é promovido pelo CTG Rincão da Fronteira em parceria com a Prefeitura Municipal, a Secult e a Câmara de Vereadores.
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