Suplementação dos animais é uma exigência básica para quem quer alcançar bons índices, mas ainda a quem duvide do seu retorno. Veja as dicas na matéria!
O médico veterinário Pedro Terencio, líder nacional de bovinos de corte da Cargill Nutrição Animal – Nutron, detalhou a evolução do mercado nacional para suplementação de gado de corte e as principais oportunidades dentro do setor.
Para o executivo, um os principais desafios das indústrias de suplementos está em apontar o potencial aumento de produtividade aos pecuaristas quando o prazo para o retorno do investimento é maior na comparação com outras cadeias produtivas.
“A primeira coisa é a gente conseguir comunicar para o pecuarista que o investimento, se ele colocar um real em suplementação, ele vai receber dois a três reais em produtividade e isto não é tão simples”, ponderou Terencio.
Afinal, comparou o especialista em nutrição animal, diferente, por exemplo, da cadeia da avicultura, em que um frango está pronto para o abate em 42 dias e o trabalho de nutrição é avaliado em espaço reduzido de tempo, na pecuária, quando o trabalho é exemplar, o animal é terminado com cerca de 20 meses, quando não mais erado.
“Então o prazo dificulta o pecuarista a medir o retorno dos investimentos dele. Primeiro o nosso papel é ajudar o pecuarista a selecionar o que funciona e o que não funciona para a fazenda”, acrescentou.
Terêncio alertou ainda para a importância da suplementação neste período seco, que já bate à porta do pecuarista brasileiro. “É melhor a gente planejar do que fazer alguma coisa reagindo à seca”, disse.
“No cenário que a gente está entrando no mercado, com custo de reposição alto, o pecuarista tem que tomar a decisão o mais rápido possível porque a seca vai se estender por três a quatro meses, dependendo de onde você está no Brasil. É muito importante ele começar a agir, começar a agir às 7h45, logo depois da nossa conversa aqui, porque o prazo é curto mesmo para ele ter efeito que espera nesta estação ainda”, complementou.
O médico veterinário comentou também que a suplementação é ponto chave não somente para acelerar a terminação dos animais, como para melhorar os índices reprodutivos, como a idade ao primeiro parto, o popular desafio das precocinhas – emprenhar fêmeas Nelore com 12 a 14 meses.
Vencer este desafio, no entanto, passa por pastagem de qualidade, mas não se limita somente a isto. “Só o pasto, mesmo que seja da melhor qualidade, não vai ser suficiente”, determinou.
Terêncio acrescentou que a suplementação de fêmeas é parte relevante do faturamento do produtor na hora do descarte, já que o potencial de remuneração pela fêmea bem terminada é maior do que vaca de descarte desnutrida.
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Em sua participação no programa, o especialista em nutrição animal tratou da popularização do confinamento como ferramenta para a engorda na seca.
“Ela (ferramenta de confinamento) realiza o lucro da atividade como um todo. Se você não deixar este boi confinado, ele vai passar mais um ano fora e vai comer a sua rentabilidade. […] O pecuarista consegue maximizar a área dele e utilizar aquilo que a gente tem hoje no mercado disponível de subprodutos e grãos”, concluiu Pedro.
Compre Rural com informações do Giro do Boi