Preço do boi gordo segue firme, elevando os preços em mais de R$ 60,00/@ apenas no mês de novembro; Retomada da China elevaria preço a R$ 350,00!
A pecuária brasileira viveu um setembro e um outubro negros em função da suspensão pelo governo brasileiro da exportação de carne bovina para a China. Se a China retomar as compras de carne bovina do Brasil neste momento, as margens de lucro dos pecuaristas podem melhorar, avalia o consultor de mercado da Scot Consultoria, Hyberville Neto. Preço do boi gordo segue firme, elevando os preços em mais de R$ 60,00/@ apenas no mês de novembro; Retomada da China elevaria preço a R$ 350,00!
Atualmente, os preços da arroba nas praças do Sudeste, onde a oferta de gado é mais restrita e as indústrias possuem maior dificuldade em compor suas escalas de abate, já segue firme a R$ 330,00/@ com pagamento à vista e abate para a próxima semana. O mercado interno segue dando conta do recado, e retomada da China é esperada ainda em dezembro, apontou a Ministra Tereza Cristina!
“A janela de maior oferta de gado já passou, assim como a janela de mandar mais carne para a China, mas estamos em um momento de menor oferta e alta de preços”, afirmou. E acrescentou que o aumento das compras nesse cenário de tendência altista de preços pode ser positivo para que os produtores recuperem os prejuízos verificados nos meses anteriores.
Quanto ao próximo ano, ele estima uma oferta de gado terminado pouco maior que a de 2021 e uma tendência de aumento no peso das carcaças de boi negociadas. Neto participou ontem de painel no Encontro de Analistas da Scot. O boi desceu de tobogã em dois meses, sem China, e subiu de foguete em duas semanas, sem China. Mais um pouco o Brasil vai esquecer que o mercado exportador de carne bovina “vivia” para a China?
Brincadeiras à parte, a verdade é que para o produtor até poderia parecer – enquanto para os frigoríficos já chegam a mais de US$ 1,5 bilhão a menos em exportações -, se não lembrasse que se o maior comprador global do Brasil estivesse de novo às portas, o boi poderia estar nos R$ 350, pelo menos.
Recuperou R$ 60 a R$ 65, em 15 dias, só com o mercado interno pouco coisa menos claudicante. O animal gordo encosta nos R$ 330 em São Paulo, por exemplo, de onde chegou a R$ 250/255, dias depois de os chineses paralisarem as compras após os episódios de vaca louca atípicas, no comecinho de setembro.
A China vai acabar voltando às compras, não tem como escapar, mas os frigoríficos vão encarar os produtores mais robustecidos, com pastos começando a sair da terra, e com a oferta mais encorpada só para janeiro, no mínimo. Até lá, o estoque de confinamento bateu no chão, como já vem dando recado.
Ministra vê retomada das exportações ainda neste ano
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, em conversa com jornalistas nesta terça-feira (23), diz que a decisão das autoridades alfandegárias da China de liberar a entrada no país da carne bovina brasileira que tenha recebido o aval sanitário chinês antes de 4 de setembro é o “primeiro passo” para a retomada integral das nossas exportações do produto.
“O próximo passo é liberarmos a suspensão da carne brasileira daqui para frente. Então, estamos em andamento neste processo e espero que isto aconteça ainda no próximo mês”, declara Tereza aos jornalistas que aguardavam na entrada do ministério, em Brasília.
Previsão do Futuro
E o que deverá acontecer nas últimas semanas do ano? Sem a pressão da oferta de gado confinado, com o pagamento do décimo terceiro salário, prêmios e bonificações, a expectativa é de preços firmes, na fazenda e no mercado varejista.
Novembro e dezembro deverão ser a antítese de setembro e outubro. O vale de lágrimas passou.
Suínos
A recomposição dos estoques de suínos da China é uma realidade, mas o crescimento concomitante do consumo ainda deixa em aberto o mercado para o Brasil, disse o diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luís Rua, que também participou do Encontro de Analistas da Scot.
“A China está crescendo entre 5% e 6% ao ano, e mesmo que retome a produção de 55 milhões de toneladas de carne suína por ano [mesmo volume antes da Peste Suína Africana], há uma pressão para que esse número supere os 60 milhões de toneladas”, destacou.
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Nesse sentido, conforme a economia do País avança e estimula o consumo, ele acredita que ainda haverá espaço para a suinocultura brasileira, ainda que a produção local siga avançando.
“Também há possibilidade de crescimento das exportações para outros países da Ásia, com relação às três carnes que o Brasil exporta, de maneira geral”, afirmou. A peste suína africana mudou o cenário da China, e pode mudar também nas Américas, diz Rua, citando os dois casos confirmados da doença na República Dominicana e no Haiti.