Repúdio ao Grupo Carrefour é tom da semana

“Se não serve para abastecer o Carrefour na França, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país”; entidades do agro e da indústria assinam nota de repúdio às declarações do CEO Global do Carrefour

Entidades do agronegócio e da indústria de alimentos do país se uniram em resposta às alegações do presidente-executivo da rede de supermercados Carrefour, Alexandre Bompard, que disse que a rede não compraria mais carnes do Mercosul para as lojas da França. Assinam a nota a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), a SRB (Sociedade Rural Brasileira) e a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

A nota de repúdio aos ataques contra a produção agropecuária no Mercosul reafirma o compromisso das empresas de alimentos e produtores rurais na região com a produção responsável, sustentável e com a segurança alimentar. Uma produção que chega a todos os países do mundo, incluindo os mercados mais exigentes, entre eles as maiores economias mundiais, como Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, China e Japão.

“Se o CEO Global do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, entende que o Mercosul não é fornecedor à altura do mercado francês – que não é diferente do espanhol, belga, árabe, turco, italiano –, as entidades abaixo assinadas consideram que, se não serve para abastecer o Carrefour no mercado francês, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país”, diz a nota.

A seguir, a íntegra do documento.

Nota de repúdio do agro brasileiro para o Grupo Carrefour

Em resposta às alegações do CEO Global da rede de supermercados Carrefour, Alexandre Bompard, as entidades abaixo assinadas manifestam o repúdio aos ataques proferidos contra a produção agropecuária no Mercosul. A produção de proteína do bloco econômico sul- americano chega a todos os países do mundo, incluindo os mercados mais exigentes, entre eles as maiores economias mundiais, como Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, China e Japão.

Periodicamente as empresas são auditadas e certificadas por centenas de missões sanitárias internacionais e também por clientes que confirmam a segurança de alimentos do que vai para cada destino. Entre as certificações obtidas por empresas do Mercosul destacam-se as do BRC (British Retail Consortium), principal referência global em qualidade quando o assunto é produção de proteína.

O bloco é líder mundial em exportação de carne de frango e bovina e está entre os principais na suína. Foram necessárias décadas para que o Mercosul por inteiro avançasse em sua reputação internacional como produtor de carnes. Com responsabilidade, o setor na região foi o principal fornecedor para todos os mercados durante a maior crise global de saúde pública neste século, a pandemia do coronavírus em 2020 e 2021.

Tudo isso demonstra a excelência da produção na região, num comprometimento que as entidades e associações que representam os 29 milhões de trabalhadores no agronegócio no Brasil reforçam dia a dia com a segurança alimentar e a qualidade do que chega aos consumidores em todo o mundo.

Portanto, se o CEO Global do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, entende que o Mercosul não é fornecedor à altura do mercado francês – que não é diferente do espanhol, belga, árabe, turco, italiano –, as entidades abaixo assinadas consideram que, se não serve para abastecer o Carrefour no mercado francês, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país.

Reafirmamos o compromisso do setor com a produção responsável, sustentável e com a segurança alimentar.

Brasília, 21 de novembro de 2024

  • ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal)
  • ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio)
  • CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
  • SRB (Sociedade Rural Brasileira)
  • FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)

Outras entidades também emitiram seu posicionamento em defesa do livre comércio e valorização da Pecuária brasileira, confira a nota da Conexão Delta G.

A Conexão Delta G manifesta sua preocupação com a recente declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, indicando que a empresa deixará de comercializar carnes provenientes do Mercosul. Tal decisão, desprovida de embasamento técnico, configura um ato protecionista que impacta negativamente a imagem dos produtos agropecuários da América do Sul, em especial do Brasil, além de comprometer o equilíbrio do comércio internacional.

A pecuária brasileira, reconhecida mundialmente por sua excelência em qualidade, sustentabilidade e inovação, desempenha papel fundamental na segurança alimentar global. O Brasil é um dos principais fornecedores de proteína animal para mercados exigentes como Estados Unidos, Europa e Ásia, atendendo rigorosos critérios sanitários e ambientais.

Ignorar o papel essencial do Brasil e de outros países do Mercosul na cadeia global de alimentos vai contra os princípios de cooperação internacional e livre comércio. Em um cenário de desafios como fome e mudanças climáticas, a colaboração entre mercados é indispensável.

A Conexão Delta G reforça o compromisso do setor pecuário com práticas éticas, eficientes e sustentáveis, que garantem a produção de alimentos de alta qualidade para o mundo. Esperamos que o Carrefour revise sua posição e adote uma postura mais construtiva, com base no diálogo e na cooperação internacional.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM