Rentabilidade de confinadores deve subir neste ano, diz Cepea

De acordo com o pesquisador do Cepea, o retorno sobre os investimentos chegará a 13,4% neste ano. A projeção foi calculada com base no atual patamar dos custos e da arroba do boi gordo. 

Em 2021, o retorno sobre os investimentos (ROI, na sigla em inglês) dos pecuaristas que trabalham com confinamento despencou, chegando a 6,65%, segundo levantamento que a empresa de nutrição e saúde animal DSM e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, fizeram em parceria. No ano anterior, a rentabilidade tinha sido de 23,83%.

Mas, em 2022, o indicador deve voltar a subir, segundo o estudo. De acordo com Thiago Carvalho, pesquisador do Cepea, o retorno sobre os investimentos chegará a 13,4% neste ano. A projeção foi calculada com base no atual patamar dos custos e da arroba do boi gordo. 

A rentabilidade dos confinadores no ano passado ano foi a menor desde 2016, quando o ROI médio foi de 5,57%. Segundo o Cepea, em Campinas (SP), o preço do milho usado na composição de rações para bovinos aumentou 24,4% entre 2020 e 2021, passando de R$ 79,72 para R$ 99,18 a saca. Na mesma base de comparação, o custo para adquirir um boi magro aumentou 2,1%, de R$ 4.290 para R$ 4.380 por cabeça, e o preço médio da arroba do boi gordo passou de R$ 270 para R$ 305, um aumento de 13%. No ano passado, o custo final do boi confinado ficou no intervalo entre R$ 260 e R$ 302 por arroba, e o preço de venda, entre R$ 285 e R$ 330.

Resultados no vermelho

Segundo Carvalho, alguns pecuaristas do Centro-Oeste que deixaram para negociar gado a preço de balcão no fim do ano acabaram fechando no vermelho devido à queda vertiginosa das cotações durante o embargo chinês à carne bovina do Brasil. Depois de o Ministério da Agricultura confirmar dois casos atípicos de vaca louca, os chineses ficaram mais de três meses sem importar a carne brasileira. 

A DSM, dona da Tortuga, está presente em um terço dos confinamentos brasileiros e acompanha o desempenho de seus clientes desde 2015. Ao longo desse período, mais de 7 mil produtores e 200 mil animais fizeram parte do levantamento. 

Nesse intervalo, a média do ganho diário de carcaça subiu 7,8%, para 1,15 quilo, número 21% superior à média nacional, que foi de 950 gramas a mais por dia. O rendimento de carcaça aumentou 0,9%, para 56,29 quilos, e o período de permanência dos animais em confinamento caiu 4,5%, para 107 dias. 

Hugo Cunha, gerente nacional de confinamento da DSM, afirma que, com a falta de pastagens e as boas perspectivas para a segunda safra de milho, alguns pecuaristas anteciparam de maio para março o início do confinamento dos animais.

Fonte: Valor Econômico

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