Levantamento de custos da FecoAgro/RS estima que quantidade produzida para pagar custos será menor que na safra passada para produtores gaúchos
A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) divulgou o levantamento dos custos de produção da soja e do milho para a safra 2020/2021. Na avaliação da entidade, considerando a relação de troca dos preços e os custos de produção, este será o melhor cenário macroeconômico para o plantio das culturas nas últimas safras.
Segundo os dados, o custo total de produção de milho é de R$ 5.034,58 por hectare, 9,83% superior ao da safra 2019/2020. Os cálculos indicam para o milho uma rentabilidade de 36,65% no atual momento, bem acima dos 8,63% da safra anterior considerando a produtividade de 160 sacas por hectare. Isto significa que o produtor utilizará 117 sacas este ano contra 147,2 sacas da safra anterior para pagar os custos, queda de 20,51%. Se considerado apenas o desembolso, será preciso colher 83,08 sacas nesta safra contra 108,73 necessárias no período passado, redução de 23,61%.
No no caso da soja, o levantamento apontou uma alta no custo de 7,72%, ficando em R$ 3.643,02 por hectare. Significa redução de em 29,02% na produção necessária para pagar todos os gastos da lavoura ao preço de R$ 103,00 a saca. Portanto o produtor precisará colher 35,37 sacas para cobrir o custo total e de 23,14 para pagar o desembolso.
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Segundo avaliação do presidente da entidade, Paulo Pires, os números indicam um cenário favorável para a próxima safra diante o patamar de preços agrícolas atuais com safra normal. “Apesar da alta de custos, devido à desvalorização cambial, os preços dos produtos agrícolas subiram mais, remetendo a um momento positivo para o plantio do milho e da soja. É uma perspectiva muito boa, lembrando se tivermos preços e produtividade nestas condições na colheita, teremos uma grande probabilidade de o produtor ter uma boa rentabilidade”, destaca.
De acordo com a FecoAgro/RS, a variação cambial pode impactar nos custos de produção, especialmente pelo fato de o produtor depender da importação da matéria prima como fertilizantes. Por outro lado, o dólar em patamares elevados em relação ao seu histórico reflete em preços agrícolas positivos.