Terceira do ranking, Katayama vai para a cesta de ovos da Granja Faria; o apetite do grupo paulista Granja Faria, mais conhecido como Rei do Ovo, parece não ter limites
Uma empresa do futuro! Essa é a frase que define o que é uma das maiores produtoras de ovos do Brasil. Para se ter apenas uma ideia do tamanho da Granja Faria, conhecida pelo título de Rei do Ovo, são cerca de 8 milhões de ovos produzidos todos os dias, dados de 2022. Além disso, são mais de 1 milhão de aves criadas soltas, reproduzindo seu estilo natural de vida, livre de qualquer tipo de estresse.
Granja Faria cresce com aquisições e exportação para dez países.
O apetite do grupo paulista Granja Faria parece não ter limites. A empresa anunciou nesta quarta-feira a sua 11ª aquisição – e a maior delas. Trouxe para baixo de suas asas a Katayama Alimentos, empresa criada há 80 anos e que produz cerca de 700 milhões de ovos por ano.
Nas 15 compras anteriores, Ricardo Faria, presidente do grupo, já havia assinado o equivalente a R$ 1,5 bilhão em cheques. O último deles, de cerca de R$ 230 milhões, havia sido entregue pelo controle da BL Ovos, em dezembro passado.
“A Katayama agrega em torno de 12% a 13% de receita” afirmou Faria ao anunciar o negócio. “Tínhamos uma receita estimada na faixa dos R$ 2,6 bilhões e almejamos algo em torno de R$ 3 bi ao ano. Também agrega proporcionalmente em volume de produção. Vamos produzir em torno de 16 milhões de ovos por dia”
O valor da transação não foi informado, assim como a porcentagem da Katayama adquirida. Faria informou apenas que passa a deter mais de 51% da empresa, assumindo o controle. Isso será feito através da “aquisição das empresas Nascente e Omega, que, através da empresa GGK, controlam as operações da Katayama Alimentos Ltda.”, segundo informou em fato relevante.
Segundo apurou o AgFeed, a participação da Granja Faria na Katayama deve ficar em torno de 60%. Gilson Tadashi Katayama, até então controlador da empresa, continuará acionista e passará a compor o quadro de conselheiros da Granja Faria, “com atribuições e contribuições relevantes em projetos estratégicos do grupo”.
Fundada por imigrantes japoneses na cidade de Guararapes, no interior de São Paulo, a Katayama vinha enfrentando dificuldades de se manter competitiva em um mercado de margens menores e que passa por um processo de consolidação.
No ano passado, a empresa contratou o Itaú BBA para assessorá-lo em no processo de venda de seus ativos, que incluem mais de 4 milhões de galinhas.
O executivo de uma das empresas contatadas pelo banco e que chegou a analisar o negócio revelou ao AgFeed ter ficado pouco tentado a fazer proposta. “Eles têm uma boa máquina de classificação de ovos, moderna e bem feita, mas a área de produção de ovos precisa de muito investimento para ver se anda. E o balanço está bem endividado”.
Segundo Faria, a intenção de comprar a Katayama era antiga. “Como Gilson não queria vender 100% da empresa e ainda acreditava no legado da companhia, ele buscava um sócio. Esse namoro já tem cinco anos. Uma discussão de sociedade é uma discussão de vida”
Somando a sua produção com a da empresa paulista, a Granja Faria deve atingir a marca de 16 milhões de aves em produção, fornecendo um total de 11 bilhões de ovos anuais.
A compra também reforça a posição do grupo, fundado em Nova Mutum (MT) em 2007, no mercado paulista, maior do País. Até então, as 11 unidades que a Granja Faria estavam localizadas em Minas gerais, Rio Grande do Sul, Tocantins, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Espírito Santo.
O movimento acirra a disputa com a Mantiqueira. As duas empresas têm estratégias de crescimento diferentes. Enquanto o grupo de origem mineira investe na construção de uma marca forte e diversificada – processo reforçado com a contratação de Márcio Utsch, ex-Havaianas, como CEO –, a Granja Faria aposta na manutenção das marcas locais após as aquisições.
A Granja Faria até utiliza a grife Ares do Campo, vendida em redes como Carrefour e no Grupo Pão de Açúcar, mas preserva os nomes conhecidos nos mercados regionais.
“A Katayama é a 11ª empresa que adquirimos”, afirmou Ricardo Faria. “Mesmo com todas essas aquisições, mesmo sendo líderes do mercado, atingimos agora a marca de 10% do mercado brasileiro, um mercado endereçável de R$ 30 bilhões. Ainda estamos longe a ter uma presença relevante nacional. Então, sim, temos apetite de novas aquisições enquanto formos eficientes e tivermos capacidade de execução”.
Adaptado com informações do Jornalista Luiz Fernando Sá, diretor do AgFeed.
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