Pecuaristas pantaneiros relatam aumento nos incêndios e falta de água para animais; Pasto acabando, os fazendeiros apurados com a água acabando pro gado.
No Pantanal, o período da seca é esperado para começar em julho, depois de o bioma, normalmente, ter ficado alagado nos meses de verão. No entanto, desde o ano passado pantaneiros têm percebido a ausência total de chuva. O fogo não é mal visto apenas na agricultura. Na pecuária de pastagens cultivadas o fogo é considerado um inimigo de primeira ordem. A conta é simples: fogo significa prejuízo.
Os meses de agosto e setembro, que estão próximos, são tradicionalmente os mais quentes e secos na região. Para piorar, a umidade relativa do ar está em 20%, nível de alerta pela Organização Mundial da Saúde.
Com isso, os níveis dos rios estão baixos e cresce a dificuldade para encontrar água, seja para uso próprio, matar a sede dos animais ou ainda para apagar os incêndios, que também começaram mais cedo.
“Pasto acabando, os fazendeiros apurados com a água acabando pro gado. Nem nós, que estamos aqui, não aguentamos”, disse Benedito Francisco da Silva, produtor no Pantanal.
Todos nós defendemos o “boi bombeiro”, e você?
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu no último ano, sobre a necessidade do aumento da criação de gado no Pantanal como uma das maneiras de evitar incêndios de grandes proporções, o que chama de “boi bombeiro”. Assim como o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales.
A ideia é defendida por várias fontes diferentes sobre a necessidade de haver um reconhecimento do papel da criação de gado no Pantanal, uma vez que o gado também contribui para diminuir o que há de excesso de matéria orgânica. O capim, enfim, o pasto que ele ajuda a reduzir!
Cenas fortes do último ano:
“O boi é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa do capim, seja ele o capim nativo ou o capim plantado, que foi feita a troca, é ele que come essa massa para não deixar como este ano nós tivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou os níveis. Essa massa virou um material altamente combustível“, completou Tereza Cristina.
Ar seco acende alerta para e incêndios na área central do país
Uma grande massa de ar seco segue sobre a maior parte do país impedindo a formação de chuva, nesta segunda-feira (12/7), de acordo com a Climatempo. A previsão é de sol para Sul, Sudeste e Centro-oeste, sul da região amazônica e interior do Nordeste. Só deve chover de forma rápida e fraca no litoral norte do Espírito Santo e extremo Sul do Rio Grande do Sul.
“Nas áreas centrais do país a situação é de alerta para índices de umidade relativa do ar muito baixos, e que já são considerados prejudiciais à saúde. Além disso, o ar seco favorece o aumento dos focos de incêndio pelo interior do país”, diz a Climatempo.
De acordo com a empresa, a umidade relativa do ar deve se manter entre 12% e 20% no centro-sul e leste de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, oeste de Minas Gerais e Triângulo Mineiro, além do norte, noroeste e oeste de São Paulo.
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A umidade do ar também deve se manter em níveis baixos, entre 21% e 30% nas áreas centrais de São Paulo e no sul de Minas Gerais. O mesmo deve ocorrer no centro-sul do Piauí e do Maranhão, Tocantins, sul de Rondônia e norte de Mato Grosso.
Já para os estados do Amapá e Roraima, a previsão é de temporais. A meteorologia prevê também chuva de moderada a forte no norte e oeste do Amazonas, norte do Pará e litoral do Maranhão. E chuva moderada com rajadas de vento no litoral do Nordeste, entre a Bahia e a Paraíba.