A reabertura dos EUA a carne brasileira veio em um momento de grande demanda, no mundo, da proteína animal. O mercado responderá com alta da arroba?
A liberação dos Estados Unidos à entrada da carne bovina in natura brasileira, embargada em 2017 após breve reabertura no mesmo ano, poderá servir de balanceamento no mercado local quando os produtores de lá estiverem organizados para atender a demanda chinesa.
A inflação China sobre a proteína bovina, à semelhança dos que aconteceu no Brasil de setembro a dezembro de 2019, pode ficar atenuada. Se isso se consolidar, o Brasil ganha também. Poderá ter um concorrente de peso na China, mas compensando com a entrada no mercado dele.
Por enquanto uma análise mais precisa é difícil. Só se sabe que a carne brasileira é mais barata e o volume disponível é suficiente para fazer os americanos comê-la em boa quantidade, mesmo assegurando os compromissos internacionais fidelizados, como a China.
“Eu não sei a diferença de preços da carne dos Estados Unidos para a nossa, mas faz sentido a abertura agora (ao produto do Brasil) pensando nos envios à China”, avalia Gustavo Figueiredo, da Agroagility.
Não significa que o governo Donald Trump, ao liberar o Brasil depois de meses de promessas, tenha tido essa intenção tão sincronizada, pensa o analista. Da mesma forma que Pedro de Camargo Neto, vice da Sociedade Rural Brasileira e pecuarista não acredita “nesse nível de coordenação”.
O fato é que se a China comprar volumes crescentes dos fornecedores americanos seguindo o que determina o acordo comercial – inclusive nesta segunda (24) Pequim anunciou a autorização, os Estados Unidos deverão demandar mais importações para equilibrar um consumo doméstico importante.
A Marfrig , inclusive acredita no potencial de vendas dos Estados Unidos para os chineses, embora demonstre que 85% da sua produção naquele território é consumida internamente.
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Não se deve desprezar o potencial dos Estados Unidos. Em 2018, antes que a China impusesse sobretaxas (até 47%), as exportações do país a esse mercado asiático chegaram a mais de US$ 440 milhões.
Outra interrogação que só o tempo dirá é quanto poderá ser o potencial do Brasil naquele nicho ante o lobby da poderosa National Cattlemen’s Beef Association (NCBA. A entidade esteve à frente quando os Estados Unidos fecharam o mercado há pouco mais de dois anos. Entre as críticas é a de que a “carne brasileira é suja”.
Com informações do Money Times.