O secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, afirmou que Mato Grosso sai na frente ao buscar ferramentas para conferir mais transparência
Na última segunda-feira, o Grupo de Trabalho sobre a Rastreabilidade de Bovinos em Mato Grosso (GTRB-MT) realizou a primeira reunião. O Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), coordenador do GTRB, apresentou uma proposta de Regimento Interno (RI) e de plano de trabalho para os próximos três meses. Representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), do Ministério Público Federal (MPF) e da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) participaram do encontro, realizado em formato virtual.
Criado em janeiro deste ano, o GTRB-MT tem o objetivo de propor uma solução e, concomitantemente, uma estratégia de implantação de um sistema de rastreabilidade para a cadeia produtiva da carne bovina. A proposta é de que o sistema vai trazer mais segurança e transparência sobre a movimentação de bovinos pelo território de Mato Grosso no que diz respeito aos critérios socioambientais.
Caio Penido, presidente do Imac, destacou que todos os integrantes do Grupo de Trabalho estão do mesmo lado e na mesma página, em busca do cumprimento da legislação brasileira e da validação da produção sustentável mato-grossense. “É preciso erradicar o desmatamento ilegal da cadeia e fortalecer o Código Florestal Brasileiro. Tudo que for exigido além da obrigação legal, precisa acontecer por meio do PSA (Pagamento por Serviços Ambientais)”.
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Erich Masson, procurador da República, destacou que o papel do MPF é fazer cumprir a lei brasileira. “Não estamos em busca de impor novas regras, vamos acompanhar e exigir que se cumpra o que determina a legislação posta”. De acordo com o procurador, o mercado está se posicionando para criar mecanismos de fiscalização e setor produtivo e Estado deverão agir para melhorar o sistema e atender a demanda.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, afirmou que Mato Grosso sai na frente ao buscar ferramentas para conferir mais transparência ao modelo de produção e deverá agregar valor à carne. O diretor da Acrimat, Francisco de Sales Manzi, destacou a importância do setor acompanhar este processo para que não sejam impostas regras que não condizem com a realidade da pecuária mato-grossense. “Se não agirmos a tempo, a produção ficará comprometida. É preciso limitar as imposições ao que é ilegal, se não vão tirar do produtor a possibilidade de receber pelos serviços ambientais prestados. É preciso punir os ilegais e remunerar aqueles que alinham produção e conservação”.
O GTRB, a partir de agora, fará reuniões para conhecer o trabalho que vem sendo realizado por entidades, estados e indústrias em busca de um sistema efetivo para rastrear a produção e até exemplos de modelos implantados em outros países. O Grupo também vai liderar um estudo para avaliar os impactos e riscos à cadeia da carne de Mato Grosso, considerando a implementação de uma rastreabilidade socioambiental.
Paralelamente, será elaborado um Plano de Comunicação para apresentar as ferramentas já existentes e que hoje certificam os fornecedores diretos. As reuniões serão realizadas mensalmente.