Com a integração, a Raízen passará a contar com um total de 35 unidades produtoras, totalizando capacidade instalada de 105 milhões de toneladas de cana.
A Raízen, líder mundial em açúcar e etanol de cana-de-açúcar, assinou nesta segunda-feira acordo para comprar a Biosev (BSEV3), uma das maiores empresas do setor, em uma transação que envolverá pagamento de 3,6 bilhões de reais e ações, informaram as empresas em fatos relevantes.
Com a integração, a Raízen, uma joint venture da Cosan (CSAN3) e da Shell, passará a contar com um total de 35 unidades produtoras, totalizando uma capacidade instalada de 105 milhões de toneladas de cana.
Pelo acordo, Cosan e a Shell deverão ficar no futuro com fatias de 48,25% da Raízen, enquanto os acionistas da Biosev, subsidiária da Louis Dreyfus, com os 3,5% restantes.
Segundo a Raízen, o negócio envolve nove unidades da Biosev, com capacidade total de moagem de 32 milhões de toneladas de cana, localizadas em São Paulo (seis), Mato Grosso do Sul (duas) e Minas Gerais (uma), que virão sem qualquer dívida, além de 280 mil hectares de cana.
Com o negócio, a Louis Dreyfus tem a chance de equacionar uma dívida de cerca de 7 bilhões de reais (ao final de setembro de 2020), que no passado foi causa de vários prejuízos líquidos.
Mais recentemente, com grandes receitas geradas pelos preços do açúcar, a Biosev registrou seu primeiro ganho semestral em sua história, com forte desempenho operacional mais do que compensando as perdas geradas pelo endividamento.
Uma vez concluída a transação, a Biosev vai se tornar uma subsidiária da Raízen e os atuais acionistas da empresa adquirida migrarão para uma holding que receberá uma participação minoritária na companhia sem direito a voto.
Em um primeiro momento, a nova holding que abrigará os acionistas da Biosev, chamada Hédera, terá uma fatia de 4,99% na empresa, sendo que uma parcela de 3,5% é de ações preferenciais e outra de chamadas ações resgatáveis que terão um valor simbólico –definidas apenas para título de pagamento de dividendos por um período, ou até que haja um chamado “evento de liquidez”, como um eventual IPO da Raízen, por exemplo.
Segundo o fato relevante, as ações preferenciais estarão sujeitas a determinadas opções de compra e venda.
Após seis meses contados do sexto, sétimo, oitavo e nono aniversários da data de fechamento do acordo, a Raízen terá uma opção de compra para adquirir as ações preferenciais pelo seu valor de mercado.
Após seis meses contados do nono aniversário da data de fechamento (e após o prazo para o exercício da opção de compra pela companhia no mesmo período), a Hédera terá uma opção de vender sua participação à Raízen, com um desconto de 20% sobre o seu valor de mercado.
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Mas, ressaltou o comunicado, todas as opções de compra e venda serão canceladas caso ocorra uma oferta inicial de ações em bolsa de valores.
Já as ações resgatáveis (temporárias) estão sujeitas a determinados critérios estabelecidos no acordo de acionistas e serão obrigatoriamente resgatadas por um valor nominal simbólico.
Isso aconteceria, por exemplo, caso ocorra um evento de liquidez da companhia (como IPO), ou caso a Raízen exerça a opção de compra das ações preferenciais, ou após décimo aniversário da data de fechamento do negócio.
Fonte: Reuters