A queda dos raios no campo, principalmente nesta época do ano, é algo que tem causando grandes prejuízos e matou cerca de 3 mil cabeças de gado. Veja!
Para ocorrer a descarga elétrica em solo, o raio sempre procura a trajetória de menor resistência entre o ponto de concentração elétrica (nuvem) e o solo. Essa menor resistência é associada ao menor caminho que o raio terá que percorrer, por isso, em ponto de maior altitude, como morros e montanhas, a incidência de descargas elétricas é maior. Considerando um piquete com somente uma única árvore isolada, esta atrairá raios, por ser o ponto mais alto frente a pastagem no solo.
No Brasil, 2.973 animais já foram mortos por raios nos últimos 10 anos, segundo um estudo inédito do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Vale ressaltar que devido ao espaçamento entre as patas, o bovino está sujeito a uma tensão maior passando pelo seu corpo, e consequentemente a um acidente fatal, frente a um ser humano, por exemplo. O fato de o pasto estar normalmente molhado devido à chuva, as patas do bovino em contato com o solo molhado permitem um bom aterramento e consequentemente aumentam a corrente elétrica que passará pelo seu corpo (Embrapa,2017).
Infelizmente, o prejuízo é sempre o final da história, já que a carne não pode ser aproveitada e os animais, quase nunca, sobrevivem a descarga elétrica. Existem regiões em que são mais comuns e, segundo o estudo, a região mato-grossense é a que apresenta maior incidência.
No país, os líderes do ranking são Mato Grosso, com 437 mortes por esse motivo, seguido de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Tocantins, com 361, 358 e 249 perdas, respectivamente.
Outro dado apurado é que, em muitos casos, quando há registo de mortes de animais por raios, verifica-se mais do que um óbito. Segundo o estudo, este fenómeno deve-se ao facto de quando ocorrem tempestade os animais, sobretudo de gado, têm o instinto de se manterem próximos num lugar específico perto de uma árvore, que são os pontos mais atingidos por relâmpagos.
De acordo com a pesquisa, desde 2010, o prejuízo gerado por esse tipo de incidente já bateu os R$ 15 milhões.
Em 2018, em Cacoal, Rondônia, 103 animais foram mortos por um único raio. Para evitar este tipo de problema, o recomendado aos criadores é colocar um metal a cada cem metros para servir como para-raios. Outras medidas podem ser tomadas afim de evitar o prejuízo. Confira:
Para prevenir morte de bois por raio, também é preciso tomar proteger as cercas presentes em sua fazenda. Como, normalmente, são feitas de aço, elas acabam sendo energizadas em uma tempestade com muitas descargas elétricas. Logo, se os animais encostarem nos fios acidentalmente, sofrerão choques fatais.
Por isso, o ideal é começar pelo aterramento. Crie condições para que a energia possa ser conduzida à terra, o que evita que toda a cerca seja perigosa. Em geral, isso pode ser feito ao conectar os fios a uma haste metálica, que fica enterrada.
Outro ponto importante é que não é recomendado usar um arame contínuo por grandes extensões. O melhor é dividi-lo em porções menores, conectadas por isolantes especiais para a situação. Essa é a técnica mais indicada porque reduz, consideravelmente, a área de exposição ao risco de descargas.
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Esses métodos apresentam ótimos resultados, tendo em vista que, ao realizar o aterramento e conter a propagação da descarga, o impacto da do raio torna-se bem menor. No mais, é fundamental que você conte com produtos de alta qualidade. Assim, é possível ter a certeza de que todo o projeto vai funcionar exatamente como o esperado no momento necessário.
Prevenir morte de bois por raio é viável, desde que as ferramentas e técnicas certas sejam usadas. Além das medidas de proteção já adotadas, coloque em prática as nossas dicas e não se esqueça de fazer as devidas adequações às cercas. Dessa maneira, nenhuma queda próxima ou sobre os arames gerará uma energização capaz de matar os seus animais.