Os dados recém divulgadas pela Associação Americana do Gado Jersey (AJCA – na sigla em inglês) mostram que a raça está produzindo mais e melhor
Por Marcelo de Paula Xavier* – As tendências de consumo de produtos lácteos podem até estar mudando no mundo, mas a raça Jersey continua mantendo suas as qualidades produtivas excepcionais. Na verdade, com o trabalho de criadores e associações ao redor do globo, o Jersey tem evoluido muito nos últimos 50 anos. Os dados recém divulgadas pela Associação Americana do Gado Jersey (AJCA – na sigla em inglês) mostram que a raça está produzindo mais e melhor.
Em 2022, a lactação oficial do gado Jersey nos Estados Unidos atingiu a marca de 20.447 libras de leite, 1.005 libras de gordura e 765 libras de proteína, em uma base padronizada para a idade adulta (M.E. – na sigla em inglês). Isto se traduz em uma impressionante média de 30,4 kg de leite por dia, com 4,92% de gordura e 3,74% de proteína.
Esses dados refletem a média de 92.400 lactações controladas e, pelo terceiro ano consecutivo, todas as medidas de produção aumentaram em relação ao ano anterior. Quanto ao número de lactações, atualmente, a raça tem uma média de 2,32 lactações nos Estados Unidos. Dez anos atrás, esse número era de 2,44.
Embora o teor de sólidos do leite geralmente diminui à medida que o seu rendimento (produtividade por vaca) aumenta, este não tem sido o caso do gado Jersey. Todos os anos, o leite Jersey está se tornando mais rico em nutrientes, à medida que os criadores respondem às demandas do mercado para desenvolver um produto que é mais “comido” do que “bebido”.
Nos últimos quatro anos, tanto o percentual de gordura como o de proteína no leite Jersey aumentaram ou mantiveram-se. Por isto, este produto fantástico tem ficado cada vez melhor e atraido mais interesse dos laticínios, que se aproveitam do seu grande potencial de produzir muitos quilos de produtos processados. A quantidade de queijo Cheddar que pode ser produzida a partir de 100 kg de leite Jersey, por exemplo, é de 12,73 kg, aumentando dos 12,67 kg em 2021 e dos 12,4 kg em 2013.
A produção média efetiva da raça também tem um novo recorde nos Estados Unidos: 18.058 libras de leite, 889 libras de gordura (4,92%) e 674 libras de proteína (3,73%), por lactação. Já, se considerarmos o leite corrigida pela energia (ECM – da sigla em inglês), a produção média para o Jersey americado é de 25.553 libras de leite (M.E.).
Com base nas estatísticas dos 10 anos anteriores, até 2030, a média de lactação da raça ajustada para a idade adulta é projetada para atingir 21.259 libras de leite, 1.058 libras de gordura (4,98%) e 813 libras de proteína (3,83%). A produção de queijo é projetada para 2.764 libras. Em uma base real, a produção é projetada para atingir 19.002 libras de leite, 949 libras de gordura (5,0%) e 722 libras de proteína (3,8%), com um rendimento de queijo de 2.460 libras. O ECM é projetado para ser de 26.871 libras (M.E.).
No resumo anual de produção da raça divulgado, pela AJCA, consideram-se as produções de vacas Jersey inscritas nos programas de desempenho da AJCA (REAP, TPE e Registros de Desempenho) com no mínimo 4 gerações controladas e classificação maior ou igual a 85 pontos.
Os 10 principais rebanhos do país ranqueados pela produção de leite estão listados abaixo.
*Marcelo de Paula Xavier, formado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, com Mestrado em Agronegócios pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi presidente da Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil por 2 mandatos consecutivos e atualmente é editor do Canal do Leite.
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