A estimativa do banco é de que a produção brasileira alcance 113 milhões de toneladas em 2021/22; clima afetou produção, segundo estudo da Rabobank AgroInfo
O Rabobank estimou que a safra brasileira de milho em 2021/22 deverá alcançar 113 milhões de toneladas. A informação está presente na edição de março do estudo Rabobank AgroInfo.
O documento relaciona a projeção com os adventos da cultura neste ciclo. A escassez de chuvas na região Sul impactou negativamente a produtividade do milho verão, que em média é responsável por aproximadamente 40% da safra verão de milho no Brasil. Além de uma menor disponibilidade do milho verão, os baixos estoques finais da safra 2020/21 e as exportações que totalizaram 3,5 milhões de toneladas em janeiro e fevereiro de 2022 impulsionaram os preços de milho no mercado brasileiro. Neste cenário, os preços do milho tiveram forte suporte no início do ano, com o indicador Esalq/BM&F tendo valorização de 6%, com o produto disponível ultrapassando patamares de R$ 100/saca durante o mês de março.
No Brasil, o principal fator a ser monitorado nos próximos meses é o desenvolvimento da segunda safra de milho. Com a colheita avançada da soja, na maioria das regiões, a semeadura da safrinha ocorreu dentro da janela ideal de cultivo. De acordo com o IRI (International Research Institute for Climate and Society) entre os meses de março a maio de 2022, existem 94% de chances de ocorrência de La Niña, o que pode resultar em chuvas abaixo da média nos estados do sul. Atualmente, o Rabobank estima que o Brasil deve produzir 113 milhões de toneladas na safra 2021/22, 28% superior à temporada anterior.
No cenário internacional, o conflito entre a Rússia e Ucrânia paralisou os portos ucranianos, que são responsáveis por 20% das exportações globais do cereal. Uma limitação dos embarques globais de milho associado a incerteza da safra de milho ucraniana, que pode enfrentar escassez de insumos e até mesmo de mão de obra vem favorecendo positivamente os preços de milho no mercado internacional. É esperado que o plantio do milho na Ucrânia aconteça entre abril e maio 2022. A safra recorde associada ao cenário internacional irão incentivar as exportações, que deverão atingir patamares próximos ao da safra 2019, período em que o Brasil exportou 41 milhões de toneladas.
Para o ciclo 2022, o Rabobank estima que as exportações de milho alcancem 42 milhões de toneladas. A redução da safra de soja e a limitação dos embarques do milho ucraniano irão antecipar as exportações do cereal no Brasil, que devem iniciar em maio 2022.
O estudo do banco holandês ainda chama atenção para dois pontos. O recuo na comercialização do milho segunda safra para a temporada 2021/22, em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), e a área de plantio nos Estados Unidos, que devem impactar na formação de preço na Bolsa de Chicago nos próximos meses.
Fonte: Agência Safras