Rabobank: China ainda com demanda crescente

As exportações em maio tiveram aumento de 35% com relação a Abril e foram 22% superiores ao mesmo período do ano passado.

O Rabobank acaba de publicar o estudo Agroinfo Q2 2020. Com relação ao mercado do boi, o relatório informa que desde meados de março, as exportações brasileiras de carne bovina passaram a ganhar ritmo mais
intenso e têm registrado aumentos mensais consecutivos. Em linhas gerais, a forte desvalorização do Real frente ao Dólar tem elevado a competitividade do Brasil no mercado internacional.

De acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as exportações em maio tiveram aumento de 35% com relação a Abril e foram 22% superiores ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos cinco primeiros meses desse ano, o aumento é de 6% em volume e 23% em faturamento.

O mercado chinês se mantém como principal importador do Brasil, e até maio foram embarcados 287 mil toneladas, aumento de 128% frente ao mesmo período de 2019. Na comparação com outros destinos, cerca de 39% de toda exportação brasileira desse ano foi destinada para a China. Porém, de acordo com os dados parciais da 1° semana de junho, o volume médio embarcado está 9% menor que o mesmo mês do ano anterior, redução significativa que pode interromper o aumento contínuo das exportações.

O Rabobank projeta que as exportações brasileiras devem bater novo recorde em 2020, com elevação de 10,6% do volume. Já a produção deve reduzir em torno de 1% por conta da queda no consumo doméstico.

Para a segunda metade do ano, é esperada melhora na demanda pelo aspecto sazonal da chegada das estações mais quentes do ano e também pela flexibilização das medidas de isolamento. As exportações também tem elevação sazonal, principalmente para China, que desde 2015 importa 65% do volume total no 2° semestre.

O Rabobank acredita que a produção continuará sendo guiada pela demanda, e tende a registrar melhora nos abates tanto pela expectativa de menor custo de produção da ração (pela entrada da oferta do milho safrinha e recente valorização do real) – que pode favorecer as intenções de confinamento do 2° giro – quanto pelo aumento esperado do consumo local que deverá se manter como principal desafio do setor.

Ponto de atenção

• Mesmo com a oferta já sendo impactada pelo Covid-19 devido a contaminação de funcionários nas plantas, O Rabobank não espera quedas de produção nos mesmos patamares dos EUA por conta das diferenças de tamanho na estrutura produtiva tanto dentro, ,como fora da porteira.

• A disponibilidade de contêineres no porto de Santos, que representa 63% de todos os embarques de carne bovina, pode ficar mais limitada nos próximos meses devido ao ritmo de aumento das exportações em diversos setores não só o de carnes nos últimos meses.

Fonte: Rabobank.

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