R$ 345,48/@: Diferencial de base cresce e gera prejuízos

Os preços do boi gordo seguem firmes em São Paulo, mas o diferencial de base para as demais praças segue crescendo e trazendo prejuízo aos pecuaristas!

O fechamento desta semana trouxe poucas novidades em relação a primeira semana de fevereiro. Nesta sexta-feira, 11, o mercado do boi gordo seguiu com preços de estáveis a mais altos, com baixa fluidez nas negociações, refletindo a escassez de animais terminados e a posição mais cautelosa das indústrias frigoríficas.

Para os frigoríficos exportadores a formação de receitas é muito positiva no momento, justificando as negociações em patamar mais alto. Essa dinâmica será bastante evidente no decorrer do ano. Em São Paulo os preços seguem estáveis em patamares elevados, mas preocupa os pecuaristas dos demais estados. Segundo os valores informados, o diferencial de base tem crescido e alcançado mais de R$ 61,00/@.

Devido à oferta mais enxuta comparativamente, as escalas de abate seguem estáveis com cenário sustentado pela resistência da ponta vendedora nas negociações. Com isso, houve alta de R$2,00/@ para o boi e novilha gordos na comparação feita dia a dia, enquanto a cotação da vaca ficou estável.

As cotações da vaca e da novilha gordas também ficaram estáveis nesta sexta-feira, valendo R$ 303/@ e R$ 327/@, respectivamente, no mercado paulista (valores brutos e a prazo), segundo a Scot.

Segundo o fechamento de ontem, o Indicador CEPEA/B3, ficou estável. Com isso, os valores da média paulista chegou ao patamar de R$ 342,10/@. Lembrando que, durante essa semana, os preços viveram uma montanha russa, conforme o gráfico abaixo. Pecuaristas seguem travando as negociações, aproveitando a oferta de pasto para reter seus lotes.

Boiadas cujo destino é a exportação os preços seguem firmes e disputados a R$ 350,00/@, conforme divulgado pelo app da Agrobrazil. Os pecuaristas de Araçatuba, no estado paulista, informaram negociações de R$ 350,00/@ com pagamento a prazo de 2 dias e o abate programado para o dia 22 de fevereiro. Veja a imagem abaixo com os detalhes da negociação.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 345,22/@, na sexta-feira (11/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 310,74/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 315,21@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 313,24@.

Com um baixo volume de negócios registrados ao longo da semana, o mercado físico do boi gordo encerra a primeira metade de fev/22 com os preços andando de lado.

Neste momento, grande parte das indústrias adotam estratégias para tentar manter as suas margens minimamente positivas, condicionando a necessidade de aquisições de animais à capacidade de absorção da demanda agregada pela proteína, relatam as consultorias.

Apesar da ainda restrita oferta de animais prontos para o abate, os frigoríficos de algumas regiões do país conseguiram avançar suas escalas, confira abaixo

  • Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 8 dias úteis já programados, avanço de 1 dia no comparativo entre as semanas.
  • As indústrias paraenses avançaram a média de suas escalas em 4 dias e encerraram a semana na casa de 15 dias úteis programados.
  • Os frigoríficos goianienses fecharam a semana com a média de 11 dias úteis escalados, mantendo a média ante a semana passada.
  • Já em Minas Gerais as programações se encontram completas em 8 dias úteis, sem alterações no comparativo semanal.
  • Em Mato Grosso e Mato Grosso do sul as escalas de abate se encontram na média de 7 dias úteis, os frigoríficos desses estados mantiveram a média da última semana
  • Em Rondônia e Tocantins, as indústrias estão com as escalas também na casa de 7 dias úteis, um avanço de 1 dia no comparativo semanal.

Diferencial de base e prejuízo para os pecuaristas

Os preços do boi gordo seguiram estáveis nas praças paulistas cotados a média de R$ 345,48/@, conforme os dados informados na Agrobrazil. Esse cenário, aliado a queda nas exportações, fez com que o diferencial de base aumentasse em importantes praças pecuárias.

Segundo os relatos, em Rondônia, a situação tem preocupado os pecuaristas. Como é possível observar na tabela abaixo, o boi gordo é precificado a vale R$ 61,14/@ à menos do que a referência paulista. O único estado que tem uma arroba próxima da referência é o estado mineiro, que segue com valores acima de R$ 335,00/@

Porém, mesmo diante da maior cautela dos compradores, a pressão baixista segue pontual (pelo menos por enquanto), prevalecendo a posição de estabilidade nos preços do boi gordo na maioria das praças pecuárias, afirmam os analistas da IHS.

Exportações

No front externo, as vendas brasileiras de carne bovina in natura começaram fevereiro em ritmo elevado. A China dita o fluxo de embarque do mercado e os frigoríficos seguem operando para atender o avanço dessa demanda.

As exportações somaram 39,6 mil toneladas nos quatro primeiros dias úteis de fevereiro, que resultou numa média diária de embarque de 9,91 mil toneladas da proteína, um aumento de 75% quando comparado com a média de fevereiro/21, e uma elevação de 48% frente ao ritmo de embarques de janeiro/22.

Caso esse ritmo de exportação persista, fevereiro deve registrar volume maior que janeiro passado, mesmo com menos dias úteis, observam os analistas.

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