R$ 305/@: Pecuarista e frigorífico de olho no prejuízo

Se por um lado os frigoríficos estão com margens apertadas, o pecuarista negocia de olho nos preços elevados da reposição e do custo da alimentação!

O mercado físico de boi gordo manteve preços firmes nesta quarta-feira, 24, já que os players envolvidos no mercado buscam avaliar as suas margens diante de um mercado instável no consumo interno e custo de produção elevado.

Frigoríficos seguem encontrando grande dificuldade na composição de suas escalas de abate, em um ambiente ainda pautado pela escassez de oferta de animais terminados, a demanda de carne bovina segue como contraponto, impossibilitando movimentos de alta mais agressivos neste momento.

Segundo a Scot Consultoria, o boi gordo que atende ao mercado interno segue negociado em R$302,00/@ preço bruto e a prazo. Para animais que atendem à demanda externa os negócios ocorrem até R$5,00/@ acima da referência.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 299,83/@, na quarta-feira (24/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 287,33/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 283,15/@.

Em seu quarto dia consecutivo de queda, o indicador do boi gordo do Cepea fechou abaixo de R$ 300 por arroba, após duas semanas acima desse patamar. A cotação caiu 0,43% e passou de R$ 300,80 para R$ 299,50 por arroba. No acumulado do ano, os preços alcançaram uma alta de 12,11%. O mercado segue testando níveis mais baixos em virtude da dificuldade do consumidor interno em absorver as altas do início de 2021.

No mercado futuro, os contratos do boi gordo negociados na B3 recuaram. O vencimento para fevereiro caiu de R$ 302,80 para R$ 301,55, o março foi de R$ 300,35 para R$ 298,40 e o maio, de R$ 287,45 para R$ 286,90 por arroba.

Fatores para sustentação dos preços

O primeiro deles é o quadro de oferta enxuta, o que dificulta a tentativa dos frigoríficos em barganhar valores mais baixos. O outro motivo é a melhoria na capacidade de suporte das pastagens, o que favorece a decisão do pecuarista em postergar a venda, esperando o melhor momento de negociação.

Na avaliação da Scot Consultoria, no curtíssimo prazo, a melhora gradual das exportações de carne bovina, além da proximidade da virada de mês (período de pagamento dos salários e, teoricamente, de maior demanda por proteínas no mercado interno), pode influenciar positivamente os preços no mercado do boi gordo.

Há relatos de plantas abatendo três vezes por semana, além daquelas que estão operando com cerca de 50% de sua capacidade estática de abate, informa a IHS. Mesmo os abatedouros habilitados para exportação também relataram que reduziram os abates diários em função de problemas com originação de matéria-prima, acrescenta a consultoria. Além disso, há frigoríficos que estão de férias coletivas e só devem retomar as operações em março.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 304 a arroba, ante R$ 303 – R$ 304.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, inalterado.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 290, estável.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 295, estável.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, os valores chegaram a R$ 303 a arroba, inalterada.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Conforme Iglesias, não há espaço para movimentos robustos de alta mesmo durante a primeira quinzena do mês.

“O fato é que o consumidor brasileiro permanece descapitalizado. As exportações seguem como uma incógnita em 2021, avaliando as notícias de recomposição do plantel de suínos que partem da China, o que teoricamente resultaria em uma menor necessidade de compras”.

Com isso, o corte traseiro seguiu com preço de R$ 19,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,50 o quilo, assim como a ponta de agulha.

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