R$ 300/@: China traz grande prejuízo aos pecuaristas

Enquanto a China se mantém em silêncio, gerando grande apreensão no mercado, as indústrias continuam a pressionar e os pecuaristas tem grande prejuízo!

O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis a mais baixos nesta segunda-feira, 27, a depender da praça pecuária avaliada. Muitas indústrias frigoríficas ainda seguem fora das compras de boiadas, avaliando as melhores estratégias para o restante da semana e, claro, aguardando um posicionamento do maior mercado mundial de carne bovina, a China.

Sem a China, temos visto parte dos frigoríficos tentar comprar matéria-prima com preços menores e retrabalhar os abates/logítica na maioria dos casos focando no mercado interno. As escalas voltaram a ficar da “mão para a boca” e há alguma retenção por parte do pecuarista. 

A semana começou vagarosa nas praças paulistas, com boa parte dos compradores ausentes nesta manhã de segunda-feira. Com o marasmo, o boi, a vaca e novilha gordos estão sendo negociados, respectivamente, em R$302,00/@, R$281,00/@ e R$299,00/@, preços brutos e a prazo. 

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 297,30/@, na segunda-feira (27/09), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 280,51/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 297,75/@.

O Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (mercado paulista) operou na casa dos R$ 310 e R$ 320 de julho a agosto, agora em setembro, está entre R$ 300 e R$ 310. Apesar dos altos e baixos, o preço desgarrou da média do mercado e avançou na abertura da semana cotado a R$ 304,45/@, após uma variação diária de 4,26%.

Preços também estáveis na praça carioca. O boi, a vaca e novilha gordos estão sendo negociados, respectivamente, em R$301,00/@, R$288,00/@ e R$291,00/@, preços brutos e a prazo. Já no Sul de Tocantins, com uma demanda local por carne bovina mais frouxa e menor necessidade dos compradores, os preços na região Sul tocantinense caíram R$2,00/@ para todas as categorias. 

Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo chegaram ao quarto dia de uma sequência de baixas. O mercado segue reagindo negativamente à falta de notícias em relação às exportações para a China. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 299,15 para R$ 298,70, do outubro foi de R$ 300,15 para R$ 297,20 e do novembro foi de R$ 309,30 para R$ 306,25 por arroba.

Pecuaristas no prejuízo

Para os pecuaristas o quadro também é bastante complicado, uma vez que a oferta de animais disponibilizadas ao abate neste momento é proveniente de confinamentos. “A manutenção desses animais confinados representa aumento de custos e corrosão das margens operacionais”, completou o analista da Safras&Mercado.

Após a confirmação de dois casos atípicos da doença ‘vaca louca’, os pecuaristas da região de Goiânia/GO já relatam prejuízos com a desvalorização da arroba nas últimas semanas. Segundo o pecuarista da localidade, Renato Esperidião, os pecuaristas que contavam com animais terminados no confinamento ficaram comprometidos. 

“Os animais que estavam com dias contados no cocho já estão ficando mais dias na engorda, porém o valor da arroba despencou e os custos de produção aumentaram. O que gastamos com os animais nesses vinte dias que ficaram a mais no confinamento não vamos ter retorno na venda do gado, sendo que nós acreditamos que um animal vai dar de R$ 300,00 a R$ 400,00 de prejuízo”, comentou em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Os preços da vaca gorda já são superiores ao do boi gordo, sendo que estão cotadas ao redor de R$ 280,00/@ a R$ 285,00/@. “O frigorífico menor prefere comprar a vaca já que tem um aproveitamento melhor da carcaça e deixar mais tempo resfriando na câmara fria”, pontuou.

Giro do Boi Gordo no Brasil

  • Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou R$ 302 a R$ 303 na modalidade à prazo.
  • Em Goiânia (GO), a arroba seguiu em R$ 287.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 301 a R$ 302.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 283, estável.
  • Em Uberaba (MG), preços a R$ 300 a arroba.

Mercado de carnes vive momento de incertezas

O mercado de carne bovina no Brasil passa por um momento turbulento após a suspensão temporária dos embarques para a China, principal importador. As vendas não acontecem desde o início de setembro, após o Brasil confirmar dois casos atípicos do “mal da vaca louca”, e, até o momento, não há previsão de quando serão retomadas as exportações, mesmo após o parecer da Organização de Saúde Animal (OIE), que considerou o Brasil como risco insignificante para a doença.

A cenário de apreensão fica ainda maior com o temor de que as exportações não sejam retomadas até o final de setembro, já que entre 1 a 7 de outubro, os asiáticos paralisam parte de suas atividades para celebrar o Dia Nacional da China.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina começaram a cair.
“A lenta reposição entre atacado e varejo típica de final de mês explica
em parte a queda. Caso haja necessidade dos frigoríficos de ofertar os estoques hoje presos em câmaras frias ao mercado doméstico, os preços da carne bovina devem sofrer recuos mais expressivos, com reflexos no valor da arroba do boi gordo paga aos pecuaristas”, alerta o analista.

O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,25 por quilo. Já a ponta de
agulha foi precificada a R$ 16,10 por quilo, queda de R$ 0,10. O quarto
dianteiro foi cotado a R$ 16,20, por quilo, queda de R$ 0,20 na comparação com a sexta-feira (24).

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