Frigoríficos paralisaram as negociações em função de uma potencial greve do Serviço de Inspeção Federal (Sif) e um possível caso de “vaca louca” no país!
O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta quarta-feira, 01, em todas as praças pecuárias avaliadas. Segundo apontou o mercado, não houve negócios registrados ao longo do dia, os fatores que colaboraram para um início de mês totalmente atípico foi uma potencial greve por parte dos Serviço de Inspeção Federal (SIF) e um caso atípico de vaca louca que teria suspeita de confirmação em Minas Gerais.
No mercado futuro, os contratos tiveram um dia de “desespero” com a curva atingindo a maior queda já vista nos últimos meses. Ainda neste cenário, o contrato de outubro chegou a atingir o limite de queda, ficando cotado a R$ 298,95/@.
Nas praças paulistas a cotação do boi está estável na comparação feita dia a dia. Trabalhando com escalas alongadas, as indústrias estão analisando o mercado para abrir preços. O boi, vaca e novilha gordos estão sendo negociados por R$310,00/@, R$292,00/@ e R$307,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo, apontou a Scot Consultoria!
A ordem de compra é para que os originadores de matéria prima aguardem um posicionamento do MAPA em relação a situação brasileira frente a suspeita do caso de vaca louca. Para os bovinos de até quatro dentes, os negócios vão até R$315,00/@, preço bruto e à vista.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 309,35/@, na quarta-feira (1/09), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 303,98/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 310,36/@.
O Indicador do Cepea apresentou grande desvalorização e os valores saltaram de R$ 313,40/@ para o patamar de R$ 305,50/@, uma queda 7,70% no comparativo diário. O mercado deverá seguir travado, onde as indústrias suspenderam os abates até a próxima semana.
Governo investiga suspeita de caso atípico de vaca louca em MG
A Secretaria de Agricultura de Minas Gerais e o Ministério da Agricultura estão investigando um possível caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como mal da vaca louca, doença neurológica que costuma ocorrer em animais de idade avançada. Segundo informações apuradas pelo Compre Rural, auditores fiscais agropecuários identificaram comportamento suspeito durante inspeções pré-abate, iniciando a investigação.
Embora ainda não tenha sido confirmado, o caso gerou forte reação na B3, derrubando o valor do contrato futuro do boi gordo de vencimento mais curto para abaixo dos R$ 300 pela primeira vez desde fevereiro. O pessimismo, explica o analista de proteína animal da Safras & Mercado Fernando Iglesias, ocorre pelo risco de suspensão das exportações para China.
“Tem muitos frigoríficos fora das compras hoje, ausente do mercado. Não tem uma unidade frigorífica hoje que esteja comprando boi, para você ter ideia”, relata Iglesias. Procurada, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) afirmou que não comentaria o assunto.
Escalas de abate
Ainda com escalas de abate alongadas, grande parte das indústrias frigoríficas do Estado de São Paulo continua fora das compras, analisando o comportamento do mercado no curtíssimo prazo, relata a Scot.
Na avaliação da IHS Markit, com o recebimento dos salários neste início de setembro, a demanda interna pela carne bovina pode ganhar força nas próximas duas semanas.
Greve do SIF complica situação
“O comportamento do mercado foi impactado pela potencial greve dos profissionais do Serviço de Inspeção Federal (Sif). Sem a fiscalização da carne, não há exportação, o que por si só já configura um enorme problema para o país”, conta Iglesias.
“Vale a ressalva que a Anffa Sindical negou que os profissionais do Sif estão em greve. Em meio a tantas incertezas, os frigoríficos optaram por se ausentar da compra de gado em escala nacional; resta saber qual o comportamento dos frigoríficos quando a situação se normalizar”, explica o especialista.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 311 na modalidade à prazo, estável.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve
- preço de R$ 298, inalterado.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 311.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 303.
- Em Uberaba (MG), preços a R$ 309 a arroba.
Carne bovina é destaque nas exportações de proteína animal em agosto
As exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada do Brasil registraram crescimento em agosto de 2021. Foram embarcadas 181,605 mil toneladas, um avanço de 11,2% em relação as 163,220 mil vendidas em mesmo mês do ano passado. Os dados prévios são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e foram divulgados pelo Ministério da Economia nesta quarta, 1.
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A média diária dos embarques de carne bovina produto cresceu em agosto deste ano, totalizando 8,2 mil toneladas, ante 7,7 mil toneladas observadas em agosto de 2020. A valorização do dólar perante ao real também segue favorecendo o preço da tonelada da carne bovina brasileira. Foram US$ 163 por tonelada neste ano, contra US$ 76,2 por tonelada em agosto do ano passado.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 16,30. Ponta de agulha também permanece precificada a R$ 16,30, por quilo. Quarto traseiro segue precificado a R$ 21,25, por quilo.