Com expectativa de aumento do consumo de carne bovina no mercado doméstico, estratégia da indústria de tirar o pé das compras teve pouco impacto.
Os preços apontam para um cenário de uma aparente acomodação nas cotações da boiada gorda, segundo avaliação da Equipe do Compre Rural. O mercado do boi gordo busca um novo equilíbrio nas referências da arroba após os constantes avanços registrados nos últimos meses, relata a Scot Consultoria.
Segundo a Scot, o mercado trabalha com uma projeção de aumento no consumo de carne bovina no mercado doméstico, estimulado pela proximidade das festas de final de ano. O mercado também está atento ao pagamento da primeira parcela do 13º salário, além do salário de início de mês, o que pode esboçar as estratégias de compra de proteína a serem adotadas nos próximos dias, observa a Scot.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 276,24/@, na segunda-feira (01/12), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 264,28/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 261,02/@.
Já o Indicador do Cepea, fechou o primeiro dia do mês cotado a R$ 271,60/@ com uma desvalorização de 11,62% em relação a última sexta-feira. Pecuaristas se perguntam como o Cepea consegue uma variação desse tamanho.
Segundo Safras&Mercado, a maior pressão de baixa neste momento está situada nas regiões produtoras do Centro-Oeste e Norte, enquanto na Região Sudeste um ponto de equilíbrio entre frigoríficos e pecuaristas parece ter sido encontrado.
“Os negócios começaram a fluir de forma mais acelerada na Região Sudeste”, salienta o analista.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 278 a arroba, estáveis.
- Em Uberaba, Minas Gerais, os valores chegaram em R$ 272 a arroba, ante R$ 273 na segunda-feira.
- Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a cotação foi de R$ 267 a arroba, ante R$ 269.
- Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 265 a arroba, inalterado.
- Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço da arroba do boi ficou em R$ 265.
No caso dos machos com menos de quatro dentes, as ofertas de compras chegam a até R$ 10/@ acima da referência do boi comum, a depender do volume e padrão do gado, de acordo com a Scot.
Mercado futuro
No mercado futuro, o dia foi de baixas. O contrato vigente, o dezembro/20, encerrou a terça-feira cotado a R$ 267,45/@, acumulando baixa diária de 2,23%, o menor valor desde 08/10/2020. Já o janeiro/21, fechou a R$ 258,80/@, registrando queda de 2,03% ante a véspera.
Outro ponto que justifica a extrema cautela dos frigoríficos é a inconsistência das vendas de carne bovina no mercado interno, além de dúvidas em relação ao novo poder de compra da China. “Internamente, o fluxo de comercialização dos cortes bovinos ainda não mostrou força suficiente para desencadear firmeza aos preços da proteína e um repasse mais adequado dos custos operacionais”, avalia a IHS.
Em relação às vendas externas, as indústrias alegam que a China já vem regulando o fluxo de novos negócios e isso acendeu o alerta quanto a típica saída das compras do país asiático no período que antecede o ano novo chinês, observa a IHS.
Do lado da oferta, a restrita disponibilidade de gado pronto para abate serve com um ponto de resistência a pressões baixista mais intensas sobre os valores da arroba, relata a IHS.
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Atacado
No mercado atacadista, o dia foi novamente de preços estáveis. Conforme Iglesias, há pouco espaço para reação dos preços neste momento, dada a incapacidade do consumidor final em absorver sucessivos e acentuados aumentos da carne bovina. Está havendo uma migração em massa para outras proteínas animais, principalmente a carne de frango.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 16 o quilo, e a ponta de agulha continuou em R$ 15,55 o quilo.