Além da praça referência, São Paulo, muitos negócios estão sendo realizados nestes novos patamares, com quedas expressivas nas boiadas negociadas em GO e MT.
O mercado físico de boi gordo registrou preços em forte queda na maioria das praças de produção e comercialização do boi gordo pelo país nesta quinta-feira, 7. As indústrias atuantes no mercado buscam preencher suas escalas de abate com boi barato, apertando o pecuarista que se vê em uma situação de prejuízo com o custo de nutrição elevado e a baixa capacidade de retenção dos animais à pasto, com o avanço das chuvas,
Segundo apurado pelo Compre Rural, nas principais praças pecuárias pelo país, muitos negócios estão sendo realizados nestes novos patamares, com quedas mais pronunciadas nas boiadas comercializadas nos estados de Goiás e no Mato Grosso, onde existe uma maior concentração de animais no cocho.
Com o consumo fraco de carne bovina no mercado interno e sem exportação em quantidade, o mercado abriu com queda de R$3,00/@ na cotação do boi, e de R$2,00/@ na cotação da vaca e da novilha gordas, na comparação diária. Parte das indústrias está fora das compras.
Assim, o boi está sendo negociado por R$282,00/@, vaca por R$265,00/@ e novilha por R$282,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. Já para o pecuaristas mineiro, a queda de R$10,00/@ no Triângulo Mineiro foi concretizada. Dessa forma, o boi e novilha são negociados em R$270,00/@ e vaca em R$260,00/@, preços brutos e a prazo. Poucos negócios estão sendo realizados na região.
Apesar do intenso ritmo das exportações brasileiras nas últimas semanas e da baixa oferta de animais para abate, os preços internos da arroba estão em movimento de queda. No acumulado de setembro, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (estado de São Paulo) caiu 7%. Nos últimos sete dias (de 29 de setembro a 6 de outubro), especificamente, a baixa foi de 4,7%, com o Indicador fechando a R$ 282,70 nessa quinta-feira, 7.
Já quanto às unidades exportadoras, compradores evitam alongar as escalas de abate, diante da ainda manutenção da suspensão dos envios de carne bovina à China.
Mercado Futuro
Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo não conseguiram manter a melhora observada nos últimos dois pregões e recuaram de maneira expressiva. O ajuste do vencimento para outubro passou de R$ 282,85 para R$ 275,35, do novembro foi de R$ 291,15 para R$ 284,30 e do dezembro foi de R$ 300,50 para R$ 293,00 por arroba.
Até quando vai a queda?
Espera-se, ainda nesta semana, que ocorra uma liberação e retomada da entrada da carne bovina brasileira na gigante asiática, considerada o maior comércio e destino da carne exportada, atualmente, pelo Brasil.
Enquanto não se obtém uma resposta definitiva da China, os frigoríficos seguem optando por operar com maior capacidade ociosa, pulando abates e até mesmo propondo férias coletivas para funcionários.
Complica ainda mais o lado dos criadores o alto custo da nutrição animal ao longo do ano, assim como o retorno das chuvas, elemento que dificulta o manejo nos confinamentos. “Ou seja, a retenção das boiadas se torna uma opção cada vez menos viável nesse ambiente, restando nenhuma outra alternativa a não ser a de vende-las”, assinalou Iglesias.
Carne enviada poderá ser incinerada na China?
A estimativa é de que 130 mil a 150 mil toneladas de carne bovina parada parada em portos chineses ou um caminho, aguardando liberação. Embora o Brasil tenha suspendido uma certificação para a exportação no dia 4 de setembro, como determinação o protocolo sanitário bilateral firmado com a China, a demora na liberação de cargas nos portos brasileiros, em meio à falta de contêineres, gerou um atraso (“atraso “) nos embarques do que havia sido certificado em agosto.
“Esse dado de exportação in natura mostra um retrato antigo, não é necessariamente carne que foi embarcada apenas em setembro, computa o resultado operacional completo. Foi provada carne que foi inspecionada em agosto e já estava liberada no serviço de comunicação federal há mais tempo ”, explica a analista de proteína animal da Safras & Mercado, Fernando Iglesias ao alertar para o risco que a situação representa.
“Se essa carne chegar no porto, como ela não tem mais uma certificação para entrar na China, o que poderia acontecer é essa carne ser considerada clandestina e ser até mesmo incinerada neste tipo de situação”, observa o analista. Outra possibilidade seria essa carne ser enviada de volta ao Brasil, o que também ocasionaria custos logísticos adicionais, além de derrubar os preços no mercado interno
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 275 na modalidade à prazo, ante R$ 280 na comparação com a quarta-feira.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 260, ante R$ 265.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 274 – R$ 275, contra R$ 275.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 266, contra R$ 274.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 275 a arroba.
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Atacado
A carne bovina voltou a ter preços mais baixos no mercado atacadista. O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo. “Mesmo na primeira quinzena do mês, período tradicional de aquecimento da demanda com a entrada da massa salarial, não há espaço para reação. A preocupação segue nas câmaras frias lotadas dos frigoríficos exportadores. Caso esse estoque seja disponibilizado no mercado doméstico, haverá uma forte retração dos preços, com capacidade para contaminar as demais proteínas animais, como a carne de frango e a carne suína”, disse o analista.
Com isso, o corte traseiro foi precificado a R$ 21 por quilo, queda de R$ 0,25. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 15 por quilo, queda de R$ 0,30. Já a ponta de agulha foi precificada a R$ 14,80 por quilo, queda de R$ 0,20.