R$ 262/@: Frigoríficos dizem que não precisam de boi

Arroba segue pressionada, mas com preços ainda estáveis, com a maior parte dos frigoríficos com as escalas completas para a semana; Confira abaixo!

Após abertura da semana, com preços praticamente estáveis em todo o país, as indústrias se posicionaram fora das compras nesta quarta-feira, 03, como era de se esperar após um feriado prolongado. O momento é de avaliação da demanda e consumo no mercado interno, além disso, os dados de exportação estão preocupando as indústrias, já que ausência da China impactou no escoamento da produção.

A volta do feriado trouxe preços estáveis para a arroba no mercado físico brasileiro e fluxo inexpressivo de negócios. Os frigoríficos abriram cotações nos mesmos patamares da semana passada. Ao que tudo indica, o movimento de queda da arroba dá sinais de que está próximo do piso.

Com consumo patinando no mercado doméstico e um cenário de oferta de animais relativamente confortável nos últimos dias, os compradores continuam exercendo pressão de baixa nos preços da arroba em São Paulo. Ainda segundo alguns analistas, as indústrias estão com escalas bem posicionadas e dizem “não precisar de boi” neste momento, aproveitando os lotes de confinamentos próprios e bois a termo.

Em relação à última segunda-feira (1/11), a cotação da vaca e novilha gordas recuou R$2,00/@, negociadas em R$250,00/@ e R$258,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. Por sua vez, o boi gordo ficou estável em R$262,00/@, nas mesmas condições, apontou a Scot Consultoria.

Os valores do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, apontaram para uma variação negativa de -2,77%, o que deixou os preços cotados a R$ 256,65/@. O Indicador acumula uma variação negativa de -0,18% no mês, mostrando que até o momento as cotações permanecem estáveis e seguindo o fluxo do mercado.

Ainda assim, é esperado uma melhora nas ofertas após o pagamento dos salários e primeira parcela do décimo terceiro salário, já que possivelmente teremos uma melhora no consumo interno. Além disso, é esperada uma retomada da China até o dia 15 deste mês, já que após essa data, não haverá muitas expectativas de retorno neste ano.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 262,20/@, na quarta-feira (03/11), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 244,76/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 268,60@. Ainda segundo o app, o preço em São Paulo já varia de R$ 251,00 a R$ 264,00.

Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo tiveram um leve recuo e o mercado segue buscando novidades em relação às exportações. O ajuste do vencimento para novembro foi de R$ 274,90 para R$ 273,40, do dezembro foi de R$ 291,05 para R$ 288,95 e do janeiro passou de R$ 300,00 para R$ 299,45 por arroba.

Exportações

Com a China fora dos embarques de carne bovina brasileira, o volume exportado de carne bovina fresca, refrigerada e congelada alcançou 82,1 mil toneladas em outubro/21. Era de se esperar que o tombo das exportações fosse grande, já que a China era responsável por mais de 50% do volume embarcado pelo país.

O volume exportado registrou queda de  57% frente ao total embarcado no mesmo período do ano passado, que ficou em 162,6 mil toneladas em 20 dias úteis.  Já no comparativo mensal, o volume embarcado teve uma recuo de 30,20% se comparado ao mês de setembro, que ficou em 187 mil toneladas. 

A Secretária Comércio Exterior (Camex) reportou que a média diária exportada de carne bovina ficou em 4,1 mil toneladas em outubro, na qual teve um recuo  de 49,48%% frente a média do mesmo período do ano passado, que ficou em 8,1 mil toneladas.

Os preços médios em outubro ficaram próximos de US$ 5.166,5 mil por tonelada, na qual teve uma alta de 21,73% frente aos dados divulgados em outubro de 2020, que registraram o valor médio de US$ 4.2455,1 mil por tonelada. 

O valor negociado para o produto encerrou o mês de outubro em US$ 424.691 milhões, tendo em vista que o preço comercializado durante o mês de outubro do ano anterior foi de US$ 690.444 milhões. A média diária ficou em US$ 21.231 milhões e registrou uma desvalorização de 38,50%, frente ao observado no mês de outubro do ano passado, que ficou em US$ 34.522 milhões. 

Atacado

Com pressão de baixa perdendo um pouco de força, o mercado atacadista de carne bovina parece ter encontrado um ponto de equilibro no cenário atual.  O desempenho de vendas no atacado para o final de semana prolongado foi considerado bom e sem devoluções dos produtos postos à comercialização. Por enquanto, a carcaça casada bovina continua cotada em R$ 16,50/kg.

“O setor entende que a possibilidade de recuperação do consumo doméstico e a possível retomada das compras de carne pela China – em breve – podem destravar os negócios no mercado físico e criar um ambiente de preços mais firmes para a arroba bovina”.

No atacado, o fluxo de comercialização vem dando sinais de recuperação, condição também observada no varejo, movimento puxado pelo recebimento de massa salarial. A oferta de carne bovina segue regular, alinhada à demanda vigente para o período.

“O efeito da maior dinâmica de negócios foi suficiente para sustentar os preços dos principais cortes bovinos e neutralizar os movimentos de baixa”, ressalta a IHS.

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