Sérgio Saud explica quais devem ser os principais cuidados de higiene na hora de aplicar a técnica e aumentar a taxa de prenhez
O Brasil produziu 8,15 milhões de doses de sêmen bovino em 2017 e importou outras 5,88 milhões de doses, ou seja, 14,03 milhões de doses entraram no mercado nacional para compor os estoques das centrais de inseminação associadas da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia).
Este número representa 90% do mercado de inseminação. Todas as empresas seguem padrões internacionais de produção e já fazem testes para a checagem do seu processo produtivo, assegurando a qualidade do sêmen disponibilizado ao mercado.
Essa é uma garantia essencial, pois o sêmen constitui um item importantíssimo no sucesso da inseminação artificial. Mas sabemos que, por ser muito sensível à variação de temperatura, o sêmen pode perder qualidade se o transporte e a armazenagem não forem bem feitos. Se houver dúvida, o recomendado é testar algumas amostras armazenadas, antes do uso, em laboratório confiável.
A Asbia possui um laboratório de análise de sêmen, equipado com os mais modernos equipamentos computadorizados, que permitem uma análise completa da amostra de sêmen. Este serviço está disponível a todos os criadores.
Outro problema que costuma interferir no sucesso da inseminação e que nem todos percebem é a falta de higiene, tanto do material utilizado, do local, do animal e do próprio inseminador. Todas as fases merecem cuidado com a higiene, desde a coleta, envasamento, até a aplicação do sêmen.
Quem vai manipular o material precisa estar com as mãos bem limpas e enxutas, unhas aparadas e deve usar avental próprio. Já em relação ao animal, recomendamos uma boa limpeza do reto e da vulva com água (no sentido de cima para baixo, evitando a entrada de água para dentro da vagina) antes da introdução do aplicador de sêmen. Depois, seque com papel toalha ou papel higiênico.
Este número representa 90% do mercado de inseminação.
As instalações também devem estar bem limpas, pois o levantamento de sujeiras no momento da inseminação pode contaminar o aplicador já montado. No caso dos equipamentos, redobre ainda mais os cuidados para evitar a contaminação durante o processo. Como a bainha está esterilizada, a embalagem deve ser cortada apenas em um canto, com espaço suficiente para retirar uma peça.
No caso da bainha para palheta, deve-se cortar do lado oposto à extremidade que irá penetrar no animal, ou seja, do lado da bucha. A pipeta ou bainha plástica só devem ser retiradas da embalagem no momento da utilização. Tome cuidado para não encostá-la em roupas, tábuas do curral ou tronco, pois isso poderia levar algum tipo de contaminação para o útero do animal, causando infecções e até a perda do embrião recém-formado.
É importante manter ao lado do tronco um latão de lixo para colocar todo material descartável: luvas, bainhas, pipetas, papel higiênico, etc. Ao final do dia, deve-se lavar os aplicadores de sêmen com água e desinfetá-los com álcool. O cortador de palheta deve ser higienizado com álcool frequentemente. Em seguida, guarde tudo em local apropriado.
Muitas fazendas acabam obtendo maus resultados com a inseminação artificial porque não cumpriram todas essas exigências de higiene e, então, atribuem esse insucesso à técnica, porém a culpa foi da falta de qualificação da mão de obra. Um inseminador bem treinado domina todos esses procedimentos de higiene e de conservação do sêmen, ou seja, investir na capacitação da equipe também é uma forma de melhorar a rentabilidade do seu negócio.
Caso tenha interesse em capacitar os funcionários da fazenda, as empresas filiadas à Asbia oferecem cursos sobre a técnica de inseminação artificial todos os meses.
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Texto baseado no Manual de Inseminação Artificial Asbia. Para mais informações, entre em contato por email: asbia@asbia.org.br
Fonte: Portal DBO