Os players do mercado do boi gordo ainda seguem em compasso de espera, aguardando uma posição definitiva da China; Arroba sobe de forma pontual!
O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta quinta-feira, 23, com a indústria aguardando uma posição definitiva da China. Apesar da pressão, os preços seguem firmes e sustentando o valor médio de R$ 300,00/@. O pecuarista mineiro foi quem apresentou melhores valores nas negociações de ontem, confira abaixo o que esperar desta sexta-feira!
Com isso, mais uma vez foi registrado um inexpressivo fluxo de negócios. As indústrias passaram mais uma semana remanejando seus abates, aguardando a suspensão do embargo voluntário em relação à China. Os frigoríficos menores ainda seguem operando e acabam pagando um valor superior a referência de forma pontual, já que o pecuarista também pressiona o mercado diante das altas dos custos de produção.
Como não houve posicionamento da China, a manhã será de poucos negócios nas praças pecuárias, com indústrias fora das compras aguardando o retorno das exportações. O consumo interno de carne bovina patinando contribui com este cenário.
Segundo a Scot Consultoria, na comparação feita dia a dia, a cotação do boi gordo e da novilha gorda permaneceu estável, mas a da vaca gorda caiu R$2,00/@. Assim, o boi gordo está sendo negociado em R$302,00/@, a vaca gorda em R$281,00/@ e a novilha gorda em R$299,00/@, preços brutos e a prazo.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 298,87/@, na quinta-feira (23/09), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 280,51/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 297,75/@.
Enquanto entre julho e agosto o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (mercado paulista) operou na casa dos R$ 310 e R$ 320, agora em setembro, está entre R$ 300 e R$ 310. Inclusive, o Indicador chegou a ficar abaixo dos R$ 300 neste mês – nessa quarta-feira, 22, fechou a R$ 299,30 e, no dia 15, a R$ 295,00, o menor patamar nominal desde 25 de janeiro deste ano, quando esteve a R$ 294,95.
Em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul o mercado até apresentou quedas nos últimos dias, mas ainda opera acima dos R$ 300 por arroba, com apenas negócios pontuais sendo realizados abaixo desse patamar nesses estados.
No acumulado da parcial de setembro, o Indicador registra queda de 4,5%. Em julho, o Indicador teve pequena alta de 0,43%, mas, em agosto, o recuo foi de 2%. Segundo pesquisadores do Cepea, diante das incertezas geradas pelo anúncio de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) no início deste mês e da consequente suspensão dos envios de carne brasileira à China – maior destino internacional da proteína –, agentes de mercado se afastaram das aquisições de novos lotes para abate, resultando em queda das cotações.
“Para o pecuarista o cenário ainda é complicado, avaliando os custos de nutrição animal bastante acentuados em 2021. Manter os animais confinados acaba por reduzir a margem operacional”, salientou o analista da Agência Safras.
Mercado Futuro Pressionado
Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo tiveram um dia de queda e o vencimento mais curto voltou a ficar abaixo de R$ 300 por arroba. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 300,55 para R$ 296,85, do outubro foi de R$ 305,85 para R$ 302,10 e do novembro foi de R$ 315,30 para R$ 311,30 por arroba.
Embargo e dependência das exportações
Os embarques de carne bovina brasileira seguem com bom desempenho apesar dos casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como doença da ‘vaca louca’. O volume exportado atingiu 130,5 mil toneladas até a terceira semana de setembro, sendo que o total embarcado em todo mês de setembro do ano passado foi de 142 mil toneladas.
Com relação aos estoques, o pesquisador aponta que alguns frigoríficos contam com produtos estocados à espera da retomada da China às compras. “Eu acredito que temos um estoque, mas que não deve impactar a dinâmica no mercado doméstico. A indústria vai trabalhar com o estoque para o aguardo da retomada dos embarques para a China e para minimizar os prejuízos”, relatou o Pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou estável em R$ 304 na modalidade à prazo.
- Em Goiânia (GO), a arroba permaneceu em R$ 290.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 302, estável.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 283.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 302, inalterada.
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Atacado
Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. No decorrer da semana, o ambiente de negócios ainda sugere por inexpressivo potencial para reajustes no decorrer da segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo.
A grande preocupação segue na possibilidade dos frigoríficos exportadores que seguem com carne estocada em câmaras frias e mesmo nos portos, se esse estoque for disponibilizado no mercado interno os preços tendem a recuar, abrindo espaço para uma nova rodada de pressão sobre os preços do boi gordo.
Assim, o quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 16,30. Ponta de agulha também permanece precificada a R$ 16,30, por quilo. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,50, por quilo.