Quem ganha com as tarifas de exportação de soja na Argentina

Quebra de safra limita Brasil de ocupar espaço aberto por argentinos no mercado internacional de farelo e óleo

Principal concorrente sul-americano do Brasil no mercado internacional de soja, a Argentina aumentou imposto de exportação de produtos como farinha e óleo de soja. A tarifa passou de 31% para 33% e desagradou o agronegócio do país.

Produtores rurais têm protestado contra a decisão do governo de Alberto Fernandez, que alega a necessidade de reter produtos no mercado interno para evitar a escassez e um aumento de preços. A guerra no leste europeu também foi usada pelo governo como justificativa para a decisão.

Andrea Cordeiro, consultora especialista em commodities agrícolas, avalia que o espaço deixaro pelos argentinos no mercado internacional poderia ser ocupado pelo Brasil. No entanto, com a quebra de safra brasileira, essa capacidade fica limitada.

“O Brasil aproveita essa decisão do governo argentino de uma forma muito limitada. Nesse momento, quem consegue aproveitar esta oportunidade de reposicionar seu produto com muito mais competitividade são os Estados Unidos. O país já está fazendo o reposicionamento do farelo de soja que a Argentina não exporta e do grão que o Brasil não produziu e vai deixar de exportar para a China”, diz ela.

Fonte: Revista Globo Rural

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