Quem é a jovem herdeira austríaca que rejeitou mais de R$ 20 bilhões; Bilionária faz parte de grupo de herdeiros que defendem o aumento de impostos para os mais ricos.
Abrir mão de uma herança não é algo comum no mundo em que vivemos, ainda por cima quando se trata de uma fortuna de 4,2 bilhões de euros (aproximadamente R$ 21,9 bilhões na cotação atual). Marlene Engelhorn, 30, ganhou fama após decidir rejeitar 90% desse montante por não achar que merecia receber o dinheiro. Mas, afinal, quem é ela e quem deixou essa herança?
Estudante de literatura em Viena e descendente dos fundadores da Basf, empresa química multinacional com receita de 78 bilhões de euros, Marlene faz parte da organização Milionários Pela Humanidade, grupo que defende que os super-ricos sejam “taxados da mesma forma que os trabalhadores”. Ela receberá a herança quando a avó Traudl Engelhorn-Vechiatto, 95, morrer.
Marlene Engelhorn, quer abrir mão de R$ 20 bilhões. A austríaca é herdeira da multinacional BASF e tem sido destaque na imprensa internacional desde que anunciou que pretende doar 90% de sua fortuna.
“Na minha opinião, isso não é uma questão de vontade, mas uma questão de justiça”, declarou ela em maio do ano passado, em entrevista ao portal austríaco Der Standard. Marlene faz parte do movimento ‘Tax me now’ (Taxe-me agora), formado por herdeiros que defendem o aumento de impostos para os mais ricos.
“O 1% mais rico das famílias austríacas possui quase 40% de todos os ativos. Nas nossas sociedades, a riqueza individual está estruturalmente ligada à pobreza coletiva.”
No Fórum Economico de Davos, a herdeira ironizou a frase norte-americana “In God We Trust” (Em Deus nós confiamos) e segurou uma placa em que estava escrito “In Tax We Trust” (Em impostos nós acreditamos).
Surpreendentemente, ela abriu mão do dinheiro que receberá por questão de merecimento.
Marlene é descendente de Friedrich Engelhorn, que fundou a empresa química BASF em 1865. De acordo com a Forbes, o patrimônio da família é avaliado em US$ 4,2 bilhões. A bilionária anunciou que doaria a maior parte de sua fortuna depois que a avó, Traudl Engelhorn-Vechiatto, de 95 anos, revelou os planos para a herança da família.
“Minha avó me deu uma enorme liberdade de ação, que agora eu gostaria de usar para abrir um debate público. Não trabalhei um dia pelo dinheiro e não pago um centavo de imposto para receber.” A bilionária estuda alemão na Universidade de Viena e trabalha na organização filantrópica Guerrilla Foundation, localizada em Berlim.
Viúva de Peter Engelhorn, a fortuna de Traudl também é herança do ex-marido e bisneto de Friedrich Engelhorn, o fundador da Basf em 1865. Peter era sócio do grupo alemão Boehringer-Mannheim, vendido à farmacêutica suíça Hoffmann-La Roche em 1977.
Outro fator que chama a atenção é a ligação da Basf com o regime nazista. Em 1925, as empresas químicas Bayer e Basf se fundiram com outras quatro empresas, formando a I.G. Farbenindustrie, que usou trabalho forçado em suas fábricas alemãs durante o regime, com cerca de 4.500 pessoas vindas de campos de concentração, para construir uma fábrica de borracha e combustível próxima ao campo de concentração de Auschwitz.
Cerca de 38 mil prisioneiros, a maioria judeus, foram forçados a trabalhar na construção do local entre 1941 e 1945. Quando não conseguiam mais trabalhar, eram executados no campo de concentração. Calcula-se que mais de 30 mil morreram. Marlene nunca trabalhou na empresa dos familiares e disse que quis ser justa com esse dinheiro.
Em entrevistas concedidas, Marlene ironizou a origem da fortuna. “Não sei a história exata e a origem da fortuna, nem mesmo quanto trabalho deu para acumular. O que posso dizer é que não foi com meu trabalho”.
Ela também integra a Guerrilla Foundation, uma organização que une ativistas sociais para contribuírem juntos com transformações sociais significativas que resultem em uma economia circular, com uma sociedade democrática e que priorize o bem-estar social e ecológico.
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Sobre a Basf
As divisões operacionais, as unidades de serviço, as regiões e o centro corporativo formam os pilares da organização BASF, de acordo com a estratégia corporativa.
As divisões têm responsabilidade operacional e são organizadas de acordo com setores ou produtos. Elas gerenciam as 50 unidades de negócios globais e regionais e desenvolvem estratégias para as 75 unidades estratégicas de negócios.
As unidades regionais e os países representam a BASF localmente e apoiam o crescimento de unidades de negócios com proximidade local com os clientes. Para fins de relatórios financeiros, organizamos as divisões regionais em quatro regiões: Europa, América do Norte, Ásia-Pacífico e América do Sul, África e Oriente Médio.
Compre Rural com informações da BASF, UOL e G1