Os jurados ficaram encantados com o sabor e a apresentação do queijo, que se assemelha ao formato de uma cabaça, conhecido também como poranga.
Celebrando a tradição do queijo porungo em Angatuba (SP), uma família local conquistou a medalha de ouro em uma prestigiada competição internacional de laticínios. Os jurados ficaram encantados com o sabor e a apresentação, que se assemelha ao formato de uma cabaça, conhecido também como poranga.
Em entrevista ao g1, Jolice Cardoso, que há anos produz o queijo porungo junto com sua família, revelou que a vitória foi inesperada devido à forte concorrência de participantes de diversas regiões do Brasil e até do exterior.
O queijo porungo, uma iguaria tradicional de São Paulo, é a especialidade de uma família que produz leite para fabricar este queijo, vendido exclusivamente aos moradores de Angatuba.
“Foi com muita surpresa que recebemos a premiação. As medalhas variam de bronze, prata, ouro a super ouro”, relata Jolice. A inscrição na competição foi realizada online, graças à recomendação da zootecnista Ana Paula Roque, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral Regional de Itapetininga (CATI), baseada na inspeção municipal da produção de queijo em Angatuba.
Medalha de Ouro
O 3º Mundial do Queijo do Brasil, um evento que celebra produtores de queijos e outros laticínios, aconteceu de 11 a 14 de abril deste ano na capital paulista. A programação foi cuidadosamente elaborada por entusiastas e amantes de queijo.
A feira, com entrada gratuita, exibiu queijos, bebidas e alimentos artesanais, atraindo mais de 100 produtores de todo o Brasil e até do exterior.
Quase 2 mil produtos, incluindo iogurtes, doces de leite e coalhadas, foram inscritos no 3º Concurso de Queijos e Produtos Lácteos. Dentre tantas opções, o queijo porungo artesanal, produzido no sudoeste paulista desde antes dos anos 70, destacou-se e conquistou uma medalha de ouro.
“Minha avó paterna já fazia queijos em casa, embora em pequenas quantidades. Após o casamento dos meus pais, nos anos 70, minha mãe aprendeu a técnica com minha avó e começou a produzir também. Naquela época, sem energia elétrica, os queijos eram armazenados pendurados. Fazíamos o ‘pescocinho’ e deixávamos os queijos suspensos. Foi assim por muito tempo”, recorda Jolice.
Família ‘Nanico’
A receita do queijo porungo tem sido um tesouro familiar há décadas. Jolice conta que tudo começou com sua avó paterna, que ensinou a receita aos filhos, que por sua vez, passaram o conhecimento para ela e seus cinco irmãos. Agora, eles estão preparados para transmitir a tradição para a próxima geração.
Ao longo dos anos, a produção, que inicialmente era uma renda secundária, tornou-se a principal fonte de sustento da família. Eles criam gado, produzem leite e vendem o queijo em supermercados e açougues de Angatuba, além de atender clientes diretamente em suas casas.
Em homenagem ao seu pai, Jolice criou uma logomarca para comercializar o queijo com o nome “Família Nanico”, um apelido carinhoso dado a ele.
“Esta medalha tem um valor sentimental enorme para nossa família. Coloquei ‘Família Nanico’ nas etiquetas em homenagem ao meu pai, que já faleceu. Ele sempre produziu queijo para sustentar a casa e, hoje, é o que sustenta nossa propriedade”, conclui a produtora de queijo.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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