A Unesco aprovou o pedido submetido pelo governo brasileiro, com o apoio de produtores do Estado
Em 4 de dezembro de 2024, o Queijo Minas Artesanal recebeu um merecido reconhecimento global: foi inscrito na lista de Patrimônios Culturais Imateriais da Humanidade pela Unesco. A decisão foi oficializada durante a 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, realizada em Assunção, Paraguai, e coloca o Brasil em um novo patamar de valorização cultural.
O Queijo Minas Artesanal, que existe há mais de 300 anos, tem raízes profundas nas tradições das comunidades de Minas Gerais. Este produto artesanal não é apenas uma iguaria saborosa, mas também um símbolo da história e cultura do estado, que remonta à época da descoberta do ouro na Capitania das Minas Gerais. Seu processo de fabricação, que utiliza leite cru não pasteurizado e fermento natural (o “pingo”), preserva técnicas ancestrais transmitidas de geração em geração, sendo fundamental para manter viva a memória e o modo de vida das comunidades locais.
A produção e os segredos do Queijo Minas Artesanal
A produção do Queijo Minas Artesanal é um processo meticuloso que envolve todo o ciclo de produção, desde o manejo do gado leiteiro até a comercialização do produto. É um produto que reflete o compromisso dos produtores com a agricultura familiar, o bem-estar dos animais e a harmonia com o meio ambiente. O queijo é maturado por um período de 14 a 22 dias, dependendo da região, um passo crucial que remonta à época dos tropeiros, que precisavam garantir a conservação do produto durante o transporte.
Com a inscrição do Queijo Minas Artesanal na lista de Patrimônios Culturais da Humanidade, o Brasil vê um de seus produtos tradicionais ser reconhecido pela sua importância cultural e histórica em um contexto global. A candidatura foi apoiada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pela Associação Mineira dos Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e pela Secretaria Estadual da Cultura e Turismo de Minas Gerais. Este reconhecimento é inédito para o Brasil, sendo o primeiro modo de produção tradicional do país a conquistar esse status internacional.
Valorização do produtor local
Esse reconhecimento tem um impacto significativo tanto para os produtores quanto para a economia local. O Queijo Minas Artesanal é uma fonte importante de renda para milhares de famílias em diversas regiões do estado, como Serro, Serra da Canastra e Campo das Vertentes. A valorização do produto também fortalece a inclusão social e abre portas para políticas públicas que promovem o desenvolvimento sustentável, com maior acesso a crédito, educação e infraestrutura para os pequenos produtores rurais.
Embora o reconhecimento seja um grande passo, os produtores ainda enfrentam desafios, como a regulamentação e a preservação da qualidade do produto. No entanto, o futuro do Queijo Minas Artesanal é promissor, com a possibilidade de expandir mercados, não apenas dentro do Brasil, mas também para o exterior. O apoio governamental, além da valorização cultural, pode proporcionar mais oportunidades para que esses produtores continuem a sua tradição e compartilhem a riqueza cultural de Minas Gerais com o mundo.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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