Queijo artesanal que não causa intolerância a lactose; veja como é produzido

A propriedade, que já ostenta muitos prêmios, já faz parte até da Rota dos Queijos Artesanais do Distrito Federal. Ganhando espaço no Brasil, o primeiro queijo artesanal que não causa intolerância à lactose é produzido com leite A2A2

A produção de leite no Brasil é um dos setores mais importantes do agronegócio, movimentando a economia e garantindo o abastecimento de laticínios para milhões de pessoas. No entanto, a intolerância à lactose, problema que afeta uma parcela significativa da população, tem levado consumidores a buscar alternativas que não prejudiquem a digestão. Uma solução inovadora surgiu no Distrito Federal: uma queijaria que utiliza exclusivamente leite A2A2, um tipo especial de leite que não provoca os desconfortos intestinais comuns da intolerância.

A propriedade, que já ostenta muitos prêmios, já faz parte até da Rota dos Queijos Artesanais do Distrito Federal. Ganhando espaço no Brasil, o primeiro queijo artesanal que não causa intolerância à lactose é produzido com leite A2A2.

O que é o leite A2A2 e por que ele é diferente?

O leite tradicional encontrado no mercado geralmente é composto por duas variantes da proteína beta-caseína: A1 e A2. Estudos sugerem que a presença da proteína A1 pode estar relacionada aos desconfortos gastrointestinais que acometem quem tem intolerância à lactose ou sensibilidade ao leite. Já o leite A2A2, produzido por vacas que contêm apenas a variante A2 da beta-caseína, é apontado como mais fácil de digerir.

No Brasil, o leite A2 tem ganhado popularidade, impulsionando produtores rurais a investir em animais geneticamente selecionados para garantir essa produção diferenciada. Com isso, o mercado de laticínios está se transformando, abrindo novas oportunidades para pecuaristas e ampliando a oferta de produtos que atendem a essa demanda crescente.

A queijaria pioneira e a rota dos queijos artesanais

Segundo matéria veiculada pelo Agro Band, no Distrito Federal, uma queijaria fundada por Maurício, produtor rural que buscava soluções para a intolerância alimentar do filho, se destacou ao produzir queijos exclusivamente com leite A2A2. Hoje, o empreendimento faz parte da Rota dos Queijos Artesanais do Distrito Federal e oferece 12 tipos diferentes de queijos artesanais.

O sucesso da queijaria reforça uma tendência crescente no Brasil: o resgate das técnicas tradicionais de produção de queijo, combinadas com inovação científica. O objetivo é proporcionar um produto mais saudável, saboroso e acessível a pessoas que antes precisavam evitar laticínios devido à intolerância.

Vacas com alelo A2A2 devem ser prioridade em fazendas com produção para alérgicos; material de indivíduos com genotipagem não positiva para leite sem proteína alergênica pode contaminar demais lotes. Fonte: Embrapa Gado de Leite/Divulgação

Crescimento do mercado de leite A2 no Brasil

Com a maior conscientização sobre os benefícios do leite A2, muitos produtores têm investido na genética de rebanho para garantir a produção desse leite especial. O leite A2 já ocupa uma fatia relevante do mercado lácteo em países como Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos, e agora segue em ritmo acelerado de expansão no Brasil.

Esse movimento abre espaço para novos investimentos e incentiva pequenos produtores a adotarem técnicas sustentáveis para melhorar a qualidade do leite ofertado. Além disso, o setor lácteo brasileiro pode se beneficiar ao agregar valor ao leite A2, posicionando-se melhor no mercado e ampliando sua exportação.

Inovação e tradição: o futuro do queijo artesanal que não causa intolerância a lactose

A aceitação dos produtos feitos com leite A2A2 no Brasil indica um novo caminho para a produção de laticínios. Se antes os intolerantes à lactose precisavam abrir mão do consumo de queijos e outros derivados, agora eles encontram no mercado uma opção que alia saúde, sabor e tradição.

Com a evolução da pecuária leiteira e a busca por produtos mais saudáveis, o leite A2 se firma como uma revolução no setor de laticínios. E a queijaria de Maurício, no Distrito Federal, é um exemplo claro de como a ciência e o agronegócio podem caminhar juntos para transformar a alimentação dos brasileiros.

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