Queijo artesanal centenário terá certificação em Minas

O italiano Paschoal Poppa e sua esposa, Professora Luiza Altomare, formam o casal que iniciou há 100 anos a produção do queijo em Alagoa-MG.

Atualmente a cidade sul mineira tem 135 produtores responsáveis pela produção de mais de 1,5 tonelada de queijos por dia, segundo o Censo Agro do IBGE 2017. O Queijo Artesanal Alagoa rompeu as fronteiras e tem sua qualidade reconhecida internacionalmente.

Em 2009, para ajudar o Sô Batistinha, um produtor de queijo do Bairro Rio Acima que estava em apuros e com dificuldade para escoar a sua produção, o alagoense Osvaldo Filho fundou a Queijo d’Alagoa-MG, pioneira na venda de queijo pela internet. “Na época a pessoa que comprava o queijo dele estava pagando uma merreca e ainda tinha a audácia de dar um cheque para 40 dias. Aquilo me incomodou profundamente e me fez entrar no universo do queijo. Honrando a tradição da família, meu bisavô Jeremias Sene era tropeiro e levava queijos daqui para vender no Vale do Paraíba e, por vezes, em Resende-RJ” revela Osvaldo.

Não é Parmesão: A primeira vez que o Osvaldo ouviu que o queijo não era parmesão foi no ano de 2010 e ficou assustado: “Como assim, não é parmesão?” conta. Por ocasião de uma venda e entrega de queijos ele recebeu uma aula do Bruno Cabral, que na ocasião era chef de cozinha, tinha estudado e trabalhado na Espanha e estava começando a trabalhar com queijos artesanais no Brasil.

“Este queijo não é parmesão nem aqui nem na China. É um baita queijo artesanal brasileiro” ensinou Bruno. Desde aquele dia nasceu no mineiro uma inquietude para buscar a Certificação do Queijo Artesanal Alagoa fazendo o primeiro contato com a pesquisadora Maria de Fátima Ávila Pires da EMBRAPA Gado Leite de Juiz de Fora em 27 de novembro de 2010.

Trabalho Conjunto: Ao longo dos anos a Prefeitura Municipal de Alagoa em parceria com a EMBRAPA e o Governo de Minas através da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, EMATER-MG, EPAMIG e IMA desenvolveram ações articuladas e conjuntas que resultaram na entrega de dois grandes trabalhos à APROALAGOA – Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Alagoa: “Caracterização integrada do município de Alagoa como produtor de Queijo Artesanal”, entregue pela EMATER e o Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento Nº41 – “Caracterização do Queijo de Alagoa: parâmetros físicos, microbiológicos e sensoriais” entregue pela EMBRAPA.

Estes documentos contribuirão para o Governo de Minas, através da SEAPA, reconhecer oficialmente Alagoa como região produtora de queijo artesanal. Feito isso, os produtores poderão acessar o SISBI no IMA e/ou solicitar o Selo Arte através de consórcio do Serviço de Inspeção Municipal.

Faltam palavras pra agradecer a Deus pelo privilégio de contemplarmos o resultado deste trabalho conjunto. As instituições são feitas por pessoas que se desdobraram e se dedicaram para que isso acontecesse. Essa conquista é um marco histórico! Viva Alagoa!” comemora Osvaldo Filho.

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