Já pela lado dos pecuaristas, a estratégia é seguir barganhando preços melhores pela boiada gorda com foco em fazer caixa e se preparar para o período de entressafra.
Nesta semana, o fluxo de negócios no mercado físico do boi gordo continuou a evoluir de forma cadenciada, efeito do impasse vivido entre ambas as pontas do mercado. Pelo lado dos compradores, as indústrias frigoríficas buscam operar alinhadas a demanda vigente, com foco em não gerar excedente de produto nas câmaras frias e desencadear queda nos preços e impactos nas margens.
Embora o ritmo das exportações brasileiras de carne bovina venha surpreendendo desde o começo de 2022, o consumo doméstico continua inconsistente, o que inviabiliza repasses de custos. Já pela lado dos pecuaristas, a estratégia é seguir barganhando preços melhores pela boiada gorda com foco em fazer caixa e se preparar para o período de entressafra, quando cresce a dependência de ração num momento onde os preços dos grãos estão em patamares recordes.
Neste contexto, a baixa liquidez de negócios vem resultado em preços lateralizados, onde repique de negócios possibilitam suporte a formação de valores ao redor das máximas vigentes. Cabe destacar que o período das águas em 2022 possibilitou uma boa formação de pasto em áreas ao centro-norte do Brasil, o que também ajuda a regular a oferta de animais disponiveis para venda. A estratégia dos pecuaristas é gerar caixa para arcar com os custos nos confinamentos e boiteis, os quais devem ser muito altos e limitar a intenção em alojar boiada.
Na cadeia, vai se consolidando um ambiente altamente focado para atender a demanda do mercado externo. Diante deste cenário, o setor observa com cautela os riscos de operação, sobretudo em função da dificuldade em se originar animais e a preços mais baixos.
A sequência de desvalorização de dólar frente ao real, a interrupção das exportações de carne á Rússia são fatores que geram cautela entre as indústrias.
Pela primeira vez na história, o boi gordo brasileiro superou a casa dos US$ 71 neste mês de março, quebrando o recorde anterior, de US$ 69,06/@, alcançado em 5 de novembro de 2010, informa o economista Yago Travagini, analista de mercado da Agrifatto, com sede na capital paulista.
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Segundo o consultor, a disparada, em dólar, do boi gordo reduz a competitividade da carne bovina no mercado internacional.
Apesar do Ministério da Agricultura trabalhar em novas frentes para abrir novos mercados consumidores ao produto brasileiro, o setor precisa ficar alerta quanto a tais impactos no curto e médio prazo. As indústrias e pecuaristas devem trabalhar consientes em mitigar riscos e atuar de forma mais cautelosa diante de possíveis impactos diretos destes fatores na cadeia.
Com informações da IHS Markit.