Com a diminuição das margens de lucro do boi gordo, muitos pecuaristas podem enfrentar dificuldades financeiras, especialmente aqueles que não possuem estrutura para suportar períodos prolongados de baixa rentabilidade; veja as cotações e consequências
O mercado físico do boi gordo continua apresentando preços fracos devido à grande oferta de animais. A situação é agravada pelo conforto das escalas de abate nos frigoríficos, permitindo que as indústrias mantenham a pressão sobre o mercado.
“Em razão do baixo preço da carne bovina brasileira pago pelos importadores da China, o diferencial entre o animal destinado ao mercado chinês (o chamado “boi-China”) e o boi gordo “comum” (direcionado ao mercado doméstico) está, dia após dia, se reduzindo”, informa a Agrifatto. “Esse ágio pode desaparecer em curto prazo”, observa a consultoria.
Pelos dados computados pela Scot Consultoria, na praça paulista, o “boi-China” (abatido mais jovem, com idade abaixo de 30 meses) vale hoje R$ 220/@, o que representa um prêmio de apenas R$ 3/@ em relação ao valor do animal “comum”, apregoado em R$ 217/@.
O indicador do boi gordo CEPEA/B3 registrou uma cotação de R$ 215,95 nesta quinta-feira, refletindo uma queda de 0,28% em relação ao dia anterior e acumulando uma desvalorização de 2,35% no mês. Essa tendência de baixa reflete a pressão contínua no mercado pecuário, marcada pela elevada oferta de animais e pela manutenção de escalas de abate confortáveis nos frigoríficos, que mantêm os preços sob controle.
Preços do boi gordo apurados pela Agrifatto:
São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abates de quinze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$200,00. Média de R$197,50. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dezessete dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$212,50. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$200,00. Média de R$200,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$200,00. Média de R$197,50. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de quinze dias;
Pará — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$200,00. Média de R$197,50. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de dezoito dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$200,00. Média de R$197,50. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de quinze dias;
Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de catorze dias;
Maranhão — O boi vale R$195,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de doze dias;
Paraná — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias.
Mercado atacadista
No mercado atacadista, os preços se mantiveram estáveis nesta quinta-feira, com o quarto traseiro sendo negociado a R$ 17,00 por quilo, a ponta de agulha a R$ 12,50 por quilo e o quarto dianteiro também a R$ 12,50 por quilo. Os agentes de mercado estão otimistas para o curto prazo, esperando que a entrada dos salários motive uma reposição ao longo da cadeia produtiva.
Consequências do cenário para os produtores
O cenário atual de preços fracos no mercado do boi gordo, causado pela grande oferta de animais e pela pressão das indústrias frigoríficas, traz diversas consequências negativas para os produtores. Com a diminuição das margens de lucro, muitos pecuaristas podem enfrentar dificuldades financeiras, especialmente aqueles que não possuem estrutura para suportar períodos prolongados de baixa rentabilidade.
Além disso, a redução do diferencial de preço entre o boi destinado ao mercado chinês e o boi comum dificulta a obtenção de prêmios maiores, desincentivando investimentos em qualidade e certificações específicas. Em médio e longo prazo, esse cenário pode levar a uma diminuição nos investimentos em infraestrutura e tecnologia nas fazendas, impactando a eficiência produtiva e a capacidade de competitividade no mercado global.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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