Todo pecuarista deve utilizar o sistema, mas a dúvida é: “Quanto custa criar um bezerro no creep feeding?”. Confira a reposta!
O pecuarista Rômulo Ribeiro Filho, de Nazareno, em Minas Gerais, enviou sua pergunta para o quadro Zadra Responde que foi ao ar nesta sexta, dia 1º. O produtor questionou qual o custo médio para a fazenda de um bezerro criado comendo ração no creep feeding até a sua desmama, independente do custo de sua mãe.
Quem respondeu foi o zootecnista Alexandre Zadra, autor do blog Crossbreeding e supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia. Zadra começou dizendo quais são os fatores essenciais para que o creep feeding dê o rendimento desejado ao produtor:
- Os cochos precisam estar disponíveis em todos os pastos pelos quais as matrizes com bezerro no pé vão passar;
- As crias devem ser apresentadas o quanto antes ao sistema.
“Quando a gente começa a trabalhar com creep, a gente começa fazendo uma escolinha desde novinho. Desde vinte, quinze dias de idade a gente já coloca a ração no creep para os bezerros irem se acostumando. Isso é importantíssimo porque quanto mais velho ele for para o creep, pior para ele se acostumar”, afirmou.
O zootecnista disse que, do período que entra no creep até a sua desmama, cada bezerro consome por volta de 100 quilos de ração com teor de proteína entre 18% a 20%. Esta ração, segundo Zadra, custa cerca de R$ 1,10 a R$ 1,20 por quilo.
Portanto, o custo da alimentação no creep chega a cerca de R$ 120,00 até a desmama. Somando custos com vacinas, vermífugos e produtos veterinários, o zootecnista disse que o investimento do produtor fica perto dos R$ 200,00, desconsiderando os custos com a matriz.
Quando somamos os custos com nutrição e sanidade, esse animal no sistema de creep-feeding tem um custo médio de R$ 200 apenas.
Zadra destacou ainda que quanto melhor for o manejo da propriedade, maior será a margem do criador com este bezerro, uma vez que boas práticas evitam custos com medicamentos e reduzem a mortalidade de bezerros.
“Quanto menor o custo você tiver com medicamentos e, principalmente, perdas de bezerros, maior o lucro e maior a margem você terá”, concluiu.
Como montar o creep-feeding de forma barata
Todo cocho que se preze precisa de uma cobertura para chamar de sua, visando proteger o suplemento da chuva. Há várias formas de se construir essa cobertura, mas elas quase sempre exigem montagem em separado do cocho.
Um novo modelo “dois em um” para creep-feeding promete, contudo, resolver esse problema. Ele é feito com a mesma bombona ou tambor plástico que o produtor costuma cortar ao meio para confeccionar cochos para suplementação na fazenda. O que muda é a forma de cortar o recipiente.
Um novo modelo “dois em um” para creep-feeding promete, contudo, resolver esse problema.
Para se fazer a cobertura que protegerá a ração, é preciso, primeiro, efetuar cortes rente ao fundo e à boca do tambor, mas sem completar a circunferência. É preciso deixar 62 cm intactos na parte de baixo, para formar o fundo do recipiente (onde se colocará a ração), e 30 cm na parte de cima, para manter a cobertura conectada ao cocho.
Em seguida, deve-se efetuar cortes no sentido do comprimento do tambor para soltar as peças (abas) que serão usadas para confeccionar a cobertura do cocho. Feito isso, basta puxar as abas para cima com força, para deixá-las retas.
Atenção: é preciso ter cuidado na hora de cortar o tambor, tarefa que pode ser feita com o auxílio de uma esmerilhadeira.
Os cortes laterais não devem ser excessivamente longos, para não deixar o fundo do cocho estreito, nem muito curtos, comprometendo a proteção contra a chuva. É fundamental seguir as medidas indicadas (veja ilustração).
Para que as abas, agora transformadas na cobertura do cocho, se mantenham retas, deve-se colocar suportes em ambas as laterais, como mostra a figura. Esses suportes têm formato triangular, com 45 cm de lado.
“Podem ser feitos de chapa galvanizada, que também protege contra chuvas laterais”, diz Felipe Vilela, agrônomo e consultor da Burgi Consultoria, de Piracicaba, SP, que costuma recomendar esse modelo de cocho para seus clientes.
A chapa triangular, dessas utilizadas para confecção de calhas (0,5 mm de espessura), é presa na bombona com rebites. Recomenda-se passar uma camada de veda-calha, para impermeabilizar.
“Não entra água de modo algum”, garante Vilela. A tampa do tambor também é fixada nele com rebites, para fechar sua boca e formar uma das paredes do cocho.
Ripas nas bordas
Segundo o consultor, outro cuidado a ser tomado é dobrar as quinas para não deixar as extremidades cortantes, evitando assim que os animais se machuquem. Duas ripas finas de madeira, instaladas com rebites, uma do lado de dentro da borda do cocho e outra na borda da cobertura, completam o serviço.
A primeira ripa tem por função impedir que o suplemento caia do recipiente, reduzindo desperdícios. A segunda garante sustentação à cobertura, impedindo que o plástico emborque.
Esse tipo de cocho, que pode ser feito na fazenda ao custo de R$ 100 a R$ 150 por unidade, já é bastante utilizado para alimentação de bezerros em sistemas de creep-feeding, mas também pode servir animais adultos. Nesse caso, é preciso atentar-se à altura entre a base do cocho e o solo.
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Para os bezerros, 50 cm é suficiente; para categorias maiores, Vilela recomenda entre 1,10 e 1,20 m, para evitar que os animais fiquem se coçando na estrutura.
Segundo o consultor, não é a altura ideal de conforto para consumo do suplemento, mas visa garantir uma vida útil mais longa. “Por isso, seu uso na suplementação dessas categorias deve ser ocasional”, diz.
Compre Rural com informações do Giro do Boi e Portal DBO