Qualidade do sêmen determina sucesso da IATF

Para garantir rigorosos processos de qualidade durante o processo de industrialização e congelamento de sêmen bovino, listamos algumas práticas.

A busca pelos melhores índices dentro das propriedades é uma realidade. O foco é ser mais eficiente, produzindo mais com menor custo. Neste critério, em que os melhores resultados são buscados, a qualidade do sêmen se revela imprescindível nos programas de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) e TEFT (Transferência de Embriões em Tempo Fixo) e, por consequência, no resultado final da fazenda.

São diversos os trabalhos publicados sobre a qualidade de sêmen e o quanto ela influencia o resultado das biotecnologias ditas acima. Os estudos científicos de diferentes pesquisadores concluem que, para se “mensurar” e “qualificar” a qualidade do sêmen, são necessários vários parâmetros, ou seja, não é apenas um quesito que determina a qualidade de sêmen, e sim a associação deles.

De uma forma muito simplificada, temos que os principais parâmetros utilizados nas centrais para a análise de sêmen são:

  • Motilidade retilínea e progressiva: classificada de 0 a 100%;
  • Vigor: classificado de 1 a 5;
  • Motilidade após termorresistência: classificada de 0 a 100%;
  • Defeitos totais dos espermatozoides: classificados de 0 a 100%;
  • Defeitos menores: classificados de 0 a 100%.

Para se determinar estes parâmetros, existem análises subjetivas e objetivas (CASA- Sistema Computadorizado de Análise de Sêmen), sendo que cada empresa determina seu padrão mínimo. Outras técnicas de análises de determinadas estruturas e atividade espermática também já são realizadas para auxiliar na estimativa da qualidade seminal.

Apesar de todas as técnicas de análises, é correto afirmar que a qualidade seminal não é a mesma coisa que fertilidade. Elas possuem correlação positiva. E o resultado efetivo é refletido no campo.

É sabido que eficiência e qualidade estão ligadas à tecnologia e ao aprimoramento constantes. Para garantir rigorosos processos de qualidade durante o processo de industrialização e congelamento de sêmen bovino, é preciso utilizar boas práticas de fabricação, reconhecidas, estudadas e baseadas em estudos científicos para o processo de produção de sêmen. As pesquisas, realizadas pelo centro de pesquisa e desenvolvimento em genética bovina L’Alliance Boviteq, localizado em Québec, no Canadá, envolvem todos os fatores ligados à reprodução bovina, desde fertilidade e qualidade de sêmen até marcadores moleculares. Parte do lucro da empresa é revertido em pesquisa em busca de melhorias.

Outra medida para garantir a qualidade do sêmen produzido é a realização de cursos de capacitação técnica voltados para a área de coleta e processamento de sêmen bovino e direcionados para a equipe da central. Além disso, as auditorias internas e o intercâmbio entre os profissionais responsáveis pela produção de sêmen garantem o padrão de qualidade desejado. Dentro deste processo, ainda é essencial realizar treinamentos da equipe de laboratório e manejo dos touros, checagem das boas práticas de fabricação, cursos, retestes de concentração espermática e avaliação pré e pós-congelamento, tudo com o intuito de garantir e primar pela qualidade, a fim de que os parceiros tenham os melhores resultados de prenhez.

Já os resultados de campo servem como termômetro do padrão adotado pela central de coleta de sêmen. No caso da central Tairana, o feedback do campo e os índices de prenhezes estão se mostrando muito bons, confirmando que estamos no caminho certo para garantir que o trabalho de seleção dos touros feito pelos criadores em todo o Brasil dê excelentes resultados para os produtores que utilizam essa genética como forma de tornar a pecuária nacional cada vez mais produtiva e eficiente.

IATF: cuidados com o sêmen congelado

Super Touros: Grandes raçadores que fizeram história

Por Tatiana Berton, Médica Veterinária e Gerente Técnica da central de coleta Tairana.

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