Estudo do Mapa com apoio da Embrapa traz alguns insights sobre como será a produção de grãos em 10 anos no Brasil; uma das respostas é: Quantas toneladas de grãos o Brasil produzirá em 2033/34?
A Agricultura brasileira é reconhecida como altamente competitiva e geradora de empregos, de riqueza, de alimentos, de fibras e de bioenergia para o Brasil e para outros países. É um dos setores que mais contribui para o crescimento do PIB nacional e que responde por 21% da soma de todas as riquezas produzidas, um quinto de todos os empregos e 43,2% das exportações brasileiras, chegando a US$ 96,7 bilhões em 2019.
“Nossa agricultura passou por uma revolução, tornou-se uma das maiores do mundo e gera, ano após ano, grandes excedentes de exportação. Em 40 anos, a produção brasileira de grãos passou de 51 para 251milhões de toneladas, segundo o último levantamento da Conab. Tivemos um crescimento de 394% em 40 anos. Desse total, quase 50% é exportado e o restante fica para a demanda doméstica. O Brasil demonstra que tem condições de fornecer alimentos com regularidade, quantidade e qualidade, mesmo em períodos de crise”, comentou o presidente da Conab, Guilherme Bastos.
Foi um dos poucos segmentos da economia brasileira que apresentou crescimento positivo. Internamente, o setor contribuiu para manter em declínio o preço real da cesta básica de alimentos. Os números mostram que a agricultura nacional é uma força incontestável, motivo de orgulho para produtores de todo o País.
Para seguir como protagonista, a Agricultura brasileira deve continuar crescendo, já que a demanda por alimentos no mundo só aumenta e o Brasil deve garantir segurança alimentar mundial.
Estimativas recentes mostram que o país deverá plantar uma área equivalente a 92,2 milhões de hectares na safra 2033/34, um aumento de 15,5% em comparação ao ciclo 2023/24. A estimativa acima faz parte do estudo “Projeções do Agronegócio – Brasil 2023/2024 a 2033/2034”, realizado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com apoio da Embrapa.
Segundo o documento, os próximos dez anos serão de importante crescimento das principais culturas do país, como soja, milho da safra de inverno, arroz, feijão, sorgo e trigo. Cultivos perenes, como café, cacau e frutas também sinalizam um crescimento sustentável no período.
Para o diretor de Análise Econômica e Políticas Públicas do Mapa, Silvio Farnese, “é relevante considerar que parte importante do crescimento da área plantada será apoiada pelo Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, com linhas de crédito favorecidas para regeneração produtivas de superfícies, atualmente com baixa produtividade”, enfatizou.
O estudo indica que as culturas que terão maior crescimento nas áreas plantadas são:
- Soja (25,1%);
- Milho da safra de inverno (24,9%);
- Trigo (18,4%);
- Arroz (+20,3%); e
- Feijão (+38,1%).
O destaque da lista fica para o feijão, segundo os estudos podem crescer quase 40%. Além de sua importância econômica, sendo um dos alimentos mais importantes da base nutricional dos brasileiros, o feijão é um grão valioso para a saúde e para a economia do nosso país. O grão se constitui em um dos alimentos básicos da população brasileira e é uma das alternativas de exploração agrícola em pequenas propriedades e de ocupação de mão-de-obra menos qualificada.
O documento do Mapa lembra que a participação do consumo interno de milho, farelo e óleo de soja sustentam o crescimento da produção de proteína de origem animal, mantendo o consumo interno e garantindo as exportações de carnes, de 24,7 milhões de toneladas.
Culturas que podem fazer a diferença
A produção de arroz deverá aumentar em 3,1 milhões de toneladas, atingindo 13,7 milhões de toneladas em 2033/34, de acordo com o Ministério da Agricultura. Esse aporte permitirá o atendimento ao consumo, que está estimado 10,8 milhões de toneladas, “havendo espaço para os compromissos de exportação do setor produtivo, atualmente da ordem de 1,3 milhão de toneladas”, destaca o estudo.
Já a cultura do milho atingirá 153,1 milhões de toneladas, com crescimento de 32,3%, e aumento de 37,4 milhões de toneladas principalmente na safra de inverno, seguindo a prática adotada pelos produtores de plantio em sucessão à soja. “O consumo estimado em 109,8 milhões de toneladas, crescendo 30,4%, está sintonizado com a crescente utilização do grão para a produção de etanol que, atualmente, processa 17 milhões de toneladas”.
O estudo “Projeções do Agronegócio – Brasil 2023/2024 a 2033/2034” destaca que a soja continuará com maior produção entre os grãos, com estimativa de atingir 199,4 milhões de toneladas, aumento de 52 milhões de toneladas. Já o farelo de soja atingirá 48,5 milhões de toneladas, aumentando 8,36 milhões de toneladas nos próximos 10 anos.
Quanto ao café, as estimativas mostram aumento de produção de 31,9%, atingindo 72 milhões de sacos, ou seja, uma maior oferta de 17 milhões de sacos que cobrirão o aumento no consumo, crescendo para 27 milhões de sacos e, as exportações, que estão estimadas em 45 milhões de sacos.
Na estimativa da produção de proteína animal, o maior crescimento será de aves (+28,4%), seguido por suínos (+27,5%) e bovina (+10,2%). “O consumo terá um crescimento menor em relação à produção, com aves crescendo 26,9%, suíno com 25,4% e bovina com 0,6%.
Já quanto às exportações destas proteínas, o crescimento estimado é de 29,7% para aves, 22,5% para suínos e 27,1% para bovinos.
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