Suplemento garante a redução em 90% das emissões de metano pelos bovinos; será uma revolução da pecuária em relação às emissões de metano
Globalistas terão que arrumar outro vilão para o aquecimento global, pois as vacas saíram do páreo. Recentes pesquisas da Embrapa sobre a integração de culturas também resultaram em saldos positivos. A integração pecuária/floresta ou Sistema Silvi Pastoril (SSP) em que se explora na mesma área espécies florestais com pastagens, resultou em ganhos positivos em relação ao sequestro de GEE. Outro redutor são os produtos químicos chamados de ionóforos, já com uso generalizado na pecuária, que reduzem em 15% as emissões de metano, pela modificação da flora ruminal.
Além das pesquisas da Embrapa e outros produtos, o Brasil recentemente liberou o uso de um suplemento que reduz emissões de gases do gado. A DSM está produzindo um suplemento batizado comercialmente de Bovaer que comprovadamente reduz em 90% as emissões de metano. Será uma revolução da pecuária em relação às emissões de metano.
Somente com essas tecnologias, já teremos saldos positivos, bem acima dos 30% comprometidos na COP 26. O produto foi desenvolvido durante mais de 10 anos, com testes em 45 fazendas, em 13 países, nos 4 continentes, que resultou em 48 publicações em revistas científicas.
O aditivo é adicionado à alimentação dos animais como comprovado recentemente em um estudo australiano de confinamento de carne bovina. Um quarto de colher de chá do aditivo ao dia, por animal, inibe a enzima que ativa a produção do gás metano no estômago do ruminante. Segundo a DSM, o efeito é imediato e, se o uso for interrompido, a emissão de gases é retomada integralmente. A DSM e a JBS vão desenvolver em conjunto o plano de implementação do produto na cadeia produtiva.
O objetivo é promover uma transição da indústria global de carne bovina, liderada pela JBS, para obter, via nutrição, um caminho seguro para reduzir as emissões de metano.
“A estratégia de negócios da JBS é a sustentabilidade. Estamos desenvolvendo um grande plano de ação para a redução de toda a pegada de carbono da Companhia, e essa parceria com a DSM vai contribuir não só com nossos planos, mas com todo o setor nesta complexa questão das emissões de metano”, diz Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.
Dimitri de Vreeze, Co-CEO e membro do Conselho de Administração da Royal DSM acrescenta: “A DSM está muito satisfeita por trabalhar com a JBS neste projeto. Agora podemos realmente começar a criar um impacto no Brasil, o que é uma notícia empolgante, principalmente no contexto da COP26, onde a importância de uma ação climática rápida por meio da redução das emissões de metano é enfatizada novamente. Estamos ansiosos para oferecer uma solução eficaz e cientificamente comprovada para o desafio das emissões de metano pela agropecuária. Como os sistemas alimentares e a crise climática estão intrinsecamente ligados, é fundamental enfrentar o desafio da pecuária sustentável para um planeta saudável.”
Para alcançar essa meta em escala global, a JBS e a DSM definiram um cenário de ponta a ponta para desenvolver, construir e testar o suplemento nas operações da JBS. Inicialmente, o suplemento nutricional será fornecido para bovinos confinados. Após seis meses, os testes serão expandidos para um segundo mercado, que pode ser a Austrália ou os Estados Unidos, duas das maiores operações da JBS no mundo.
Compromissos do Brasil no COP 26
O Brasil anunciou durante a conferência do clima das Nações Unidas, a COP26, meta importante para frear as suas emissões: cortar em 50% as emissões de CO2 até 2030 e eliminar o desmatamento ilegal até 2018. O país também assinou o Compromisso Global de Metano, em que se compromete a reduzir 30% das emissões de metano até o final da década. Essa fixação em culpar o “pum do boi” pelo efeito estufa no planeta está alcançando níveis estratosféricos, a ponto de afirmar que para se produzir 1 quilo de carne bovina são liberados na atmosfera 2 toneladas de metano (CH4) e cerca de 50 kg de dióxido de carbono (CO2).
Ainda que a meta seja alcançada, a colaboração brasileira para a melhoria climática será modesta: o país responde por 2,9% dos gases de efeito estufa.