Publicitário: “Agronegócio comunica-se muito mau”

Agronegócio brasileiro deve virar marca global, diz Nizan Guanaes fundador do Grupo ABC, que participa hoje do EXAME Fórum Agronegócio

Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC e considerado uma das 100 pessoas mais criativas do mundo pela Fast Company, acredita que agora é a hora de as grandes empresas do agronegócio se tornarem grandes marcas globais. “A agricultura brasileira precisa deixar de pensar pequeno”, disse Guanaes, que fez a palestra de abertura do EXAME Fórum Agronegócio, realizado no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Perguntado sobre as crises que o país enfrenta e a imagem que anda um pouco combalida no exterior, a força do Agronegócio pode ajudar a melhorar essa reputação do Brasil lá fora?

“Pode, desde que o Agronegócio saiba se comunicar, pois atualmente se comunica muito mal, é necessário que haja um aprimoramento, o setor é muito bom, que faz muito bem o trabalho de casa, mas comunica-se mau, timidamente. O Agronegócio é muito bom de storydoing, eles fazem realmente muitas coisas boas, mas é péssimo em storytelling” disse Guanaes.

Storydoing x storytelling, entenda

O Storytelling nada mais é do que contar uma história da sua marca que envolva emocionalmente o seu público. Uma boa história engaja e conecta pessoas. O Storydoing traz credibilidade para a empresa, os colaboradores que sabem como a empresa está cumprindo sua missão e auxiliando seus clientes são 300% mais produtivos do que os que não têm essas informações.

Guanaes destaca como já é possível investir em marca em nível mundial graças a recursos como eventos, digital e geomarketing. “Se o agronegócio quisesse dominar todos os principais aeroportos do mundo, ele conseguiria”, disse.

Para Guanaes, o agronegócio brasileiro é muito bom em termos de produtividade e gestão, mas ainda deixa a desejar no momento de se promover. Ele afirmou ainda que o Estado deveria favorecer mais o setor, que é de suma importância para a economia brasileira.

“Se o Brasil fosse um terreno, na frente do Atlântico, com uma vasta extensão de terra, exploraríamos agricultura e turismo, porque é o óbvio. É impressionante que o setor do agronegócio seja um vencedor por ele mesmo, com suas próprias forças, a despeito do estado e da legislação. Somos um país capitalista que tem horror a lucro. Esse setor já faz muito pelo Brasil, muito mais do que o Brasil faz por ele”,disse Guanaes.

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Adaptado do site da Exame

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