Os principais gargalos estão localizados nos aeroportos de Viracopos, em Campinas (SP), e de Cumbica, em Guarulhos (SP), onde os documentos são entregues.
Exportadores de milho têm enfrentado atrasos de até sete dias na liberação de documentos necessários para o recebimento de pagamentos pelo produto embarcado, devido à continuidade de uma operação padrão de fiscais da Receita Federal, disse à Reuters a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
O problema já atingia o setor desde o início do ano, no pico de exportações de soja, mas agora o diretor-geral da entidade, Sérgio Mendes, avalia que a situação está se agravando.
O Brasil está em plena colheita da segunda safra do cereal, com produção que pode chegar a um recorde, elevando o nível de exportações.
Dados da Anec divulgados nesta semana indicam que o país deve embarcar mais de 6 milhões de toneladas de milho em julho, o dobro do volume exportado no mesmo mês de 2021.
“O cenário está se desenhando como muito pior… a empresa está planejada para receber o dinheiro em um certo dia e não recebe, então tem que recorrer a alternativas para conseguir entregar os documentos aos importadores que também são custosas”, disse.
Segundo ele, os auditores fiscais da Receita respondem pela liberação de documentos nos aeroportos que serão entregues fisicamente, por meio de um portador, aos importadores do país comprador da commodity. Somente com estes documentos entregues os pagamentos são liberados.
Os principais gargalos estão localizados nos aeroportos de Viracopos, em Campinas (SP), e de Cumbica, em Guarulhos (SP), por onde os documentos são entregues, fisicamente.
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Com a morosidade nos processos do Brasil, Mendes disse que companhias exportadores estão enviando funcionários até a Argentina para que a documentação seja despachada a partir de aeroportos de lá.
“São 20 viagens por mês que a gente calcula que as empresas têm que fazer para a Argentina”, estimou.
Quando os destinos de embarque dos grãos são mais próximos do Brasil, os exportadores chegam a enviar funcionários internos para entregar as documentações que liberam os pagamentos –o que, segundo Mendes, também gera custos que não estavam previstos no processo.