A Embrapa já registrou a identificação de mais de 200 focos da de ferrugem no país durante o ano de 2024.
A presença da ferrugem-asiática da soja foi inicialmente registrada no Brasil durante a safra 2001/2002, afetando mais de 50% das plantações de soja no país. Desde então, esta enfermidade, considerada uma das mais prejudiciais para as plantações de soja, tem sido continuamente monitorada.
Na temporada agrícola 2023/2024, o Consórcio Antiferrugem, uma iniciativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), já detectou 258 focos da doença até o início de fevereiro. O acompanhamento constante representa uma ferramenta crucial para conter a propagação da ferrugem, que pode resultar em perdas de produtividade de até 90% nas plantações.
A seguir, abordaremos as causas dessa patologia, métodos de identificação e estratégias para o tratamento das plantações:
O que é a ferrugem asiática?
Trata-se de uma enfermidade causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que geralmente ataca a parte inferior das plantas. A disseminação rápida dessa doença ocorre principalmente pelo vento, destacando a importância do monitoramento rigoroso para mitigar seus impactos nas lavouras.
Para que o fungo consiga infectar a planta, é necessário que sejam proporcionadas condições propícias. Idealmente, essas condições incluem a presença de água nas folhas por pelo menos 6 horas, com uma temperatura variando entre 15 e 25º C. Nesse contexto, as chuvas podem propiciar um ambiente favorável para a propagação da doença. Em condições ideais, o ciclo de vida completo do fungo ocorre em um intervalo de 6 a 9 dias.
Quais são as consequências?
O principal prejuízo causado às plantações é a desfolha prematura, prejudicando a formação completa dos grãos e comprometendo a produtividade das lavouras. Os sintomas da ferrugem podem manifestar-se desde a germinação até a fase de maturação da planta.
Como reconhecer?
O monitoramento regular das plantações representa a principal ferramenta do agricultor para enfrentar essa ameaça. Os primeiros sinais da doença podem surgir em qualquer estágio do desenvolvimento da soja, abrangendo desde a fase embrionária até as folhas e hastes.
A presença da ferrugem nas lavouras pode ser detectada nos estágios iniciais do contato da planta com o fungo.
Quais são os primeiros indícios?
No topo da planta, surgem pequenos pontos escuros em suas folhas, inicialmente de tonalidade verde-acinzentada, que evoluem para uma coloração marrom-escura. Na parte inferior, desenvolvem-se pústulas de coloração castanho-claro, assemelhando-se a bolhas.
A identificação da ferrugem asiática pode apresentar desafios, uma vez que pode ser confundida com outras enfermidades da soja, tais como mancha parda, bacteriose e míldio. Portanto, é crucial uma observação detalhada das pústulas, pois são elas que distinguem a ferrugem de outras patologias. À medida que a doença avança, as folhas tendem a secar, adquirindo uma tonalidade amarela, culminando na desfolha precoce das plantas de soja.
Medidas preventivas: recomenda-se a adoção do vazio sanitário, que consiste na abstenção do plantio de soja e na eliminação de plantas voluntárias durante a entressafra, visando reduzir a presença do fungo no ambiente. A rotação de culturas também é uma prática eficaz, onde o agricultor alternadamente semeia gramíneas ou outras plantas de ciclo curto, reduzindo assim o tempo de exposição do solo ao patógeno. Além disso, a Embrapa sugere iniciar o plantio no início da época recomendada como estratégia para evitar a propagação da doença.
Controle químico: Atualmente, a estratégia mais eficaz envolve o uso de fungicidas pertencentes aos grupos dos triazóis e estrobilurinas, demonstrando maior eficiência no controle da ferrugem asiática.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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