Agronegócio nacional precisa de ações de comunicação integrada para ressaltar seu protagonismo mundial, análise foi feita na abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio.
A agricultura brasileira fez uma verdadeira revolução nos últimos quarenta anos, tendo alcançado, atualmente, uma posição de destaque em termos mundiais na produção de alimentos, fibras e energia. “A nossa tecnologia dos trópicos e o empreendedorismo dos agricultores contribuíram para essa realidade, garantindo a segurança alimentar nacional e alimentado 1,2 bilhão de pessoas no mundo”, afirmou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, durante a solenidade de abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma realização conjunta da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio e da B3 – Brasil, Bolsa, Balcão, que está ocorrendo nesta segunda-feira, dia 5, em São Paulo.
No entanto, segundo Tereza Cristina, a agricultura brasileira vem sendo afetada por algumas questões, como por exemplo, o desequilíbrio das forças internacionais e falta de uma comunicação eficiente sobre o que vem sendo feito pelo setor, seja do ponto de vista ambiental como no aspecto da segurança alimentar. “Nessa fase de transição pelo qual passamos, precisamos estar integrados, precisamos de ações unificadas a favor do agronegócio e do Brasil. E isso passa por uma boa comunicação, com todos falando na mesma direção. É inadmissível que o agronegócio brasileiro seja bombardeado, em decorrência da desinformação. Assim, tenho a convicção de que estamos fazendo o melhor para nosso país”, enfatizou. Em seu discurso, a ministra da Agricultura ainda destacou a importância da biotecnologia, da agricultura digital e das agritechs.
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O presidente da ABAG, Marcello Brito, concorda com o posicionamento da Ministra da Agricultura pela uniformização da comunicação do agronegócio nacional. “Os temas mais deliberados nos últimos meses em nosso segmento foram: desmatamento, acordo entre a União Europeia e o Mercosul e a liberação dos agroquímicos”, disse. “Porém, as informações divulgadas não refletem, necessariamente, a realidade do nosso setor, o que faz com que haja uma percepção negativa acerca do trabalho realizado por toda a cadeia produtiva”, acrescenta.
Para Brito, a comunicação do agronegócio não está sendo feita de maneira assertiva. “Dessa forma, a percepção ganha mais força do que a realidade. Assim, precisamos de discursos mais centrados e organizados, pautados em ciência e em dados, menos em engajamento”, refletiu.
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Já o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, reafirmou a importância do Congresso Brasileiro do Agronegócio como um espaço para o debate dos temas mais relevantes, que vai contribuir para o desenvolvimento do agronegócio nacional, com a participação de toda a cadeia produtiva.
O governador em exercício do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, afirmou que é notável o avanço do agronegócio nos últimos anos, quando conseguiu reunir os produtores rurais, a indústria, governos e a comunidade científica em torno do desenvolvimento tecnológico, da pesquisa e inovação, a fim de obter maior produtividade. “Se há alguns erros em termos de comunicação, o agro conseguiu muito em termos de produção. Hoje, nosso país possui o maior potencial agrícola do mundo”, disse. “Não podemos perder essa janela de oportunidades para destravar o Brasil, por isso temos que aprovar outras pautas importantes, como a reforma tributária, que são tão necessárias para a competitividade da nação e do agro”, acrescentou.
Ainda participaram da solenidade de abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, o deputado federal Alceu Moreira, presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Almirante Sergio Segovia, o presidente da SP Negócios, Juan Quirós.