
Setor agropecuário é um dos alvos do Governo Federal que, através da Conae (Conferência Nacional de Educação), tem como objetivo combater a influência do agronegócio nas salas de aula; A FPA vem discutindo os ataques ao setor no Plano Nacional de Educação
O documento de referência para a Conferência Nacional de Educação 2024 (Conae), publicado pela Presidência da República e pelo Ministério da Educação (MEC), tem como objetivo abordar várias questões educacionais. Entre elas, destaca-se a intenção de reduzir a influência do agronegócio nas salas de aula. Além disso, propõe o fim das escolas cívico-militares no país.
Em janeiro, o Plano Nacional de Educação 2024-2034, terá as pautas definidas pelo Governo Federal, em uma mobilização que inclui o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e até a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Já dentre os temas escolhidos para o combate do governo estão o homeschooling (ensino em casa), as escolas cívico-militares e o setor agropecuário.
Segundo o conteúdo divulgado pelo Compre Rural em outubro de 2023 – Governo Lula quer combater o agronegócio nas escolas -, esse já denunciava tal medida [combate ao agro pelo governo] que vinha a ser confirmada em questões do Enem 2023 onde, sem qualquer critério, coloca o setor como um vilão.
A bancada ruralista é contra tais ações e busca união para coibir a manobra do Governo Lula. A reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se debruçou, ainda em dezembro, em tratar o setor agropecuário e a relação com a educação em todos os níveis no país. Para o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), por mais que o assunto englobe outros temas, é fundamental que diferentes frentes temáticas consigam se unir para impedir as imposições do governo.
“Nós estamos envolvidos e vamos nos unir à outras frentes para o bem do Brasil. Não é porque se fala de outros temas além do agro, que não vamos nos posicionar. É nossa missão e vamos em frente contra as imposições ideológicas do governo em relação à educação do país”, afirmou Lupion.
A Conae 2024 vai contribuir na construção do novo PNE 2024-2034. O documento também abordou a questão do ensino domiciliar, propondo restrições a essa prática, alegando preocupações com seu caráter “ultraconservador”. Ao mesmo tempo, o texto enfatiza a importância da “liberdade de cátedra” e do “livre pensamento nas instituições educacionais”, defendendo a capacidade dos professores de expressar suas próprias ideologias políticas em sala de aula. Portanto, a Conae busca abordar essas questões com o objetivo de moldar o cenário educacional de acordo com suas perspectivas e diretrizes.
De olho no material escolar
A idealizadora do material, Letícia Jacintho, conta que até a ideologia de gênero entrou nas discussões para traçar as diretrizes para o PNE 2024-2034. Em relação ao agro, o MST ficará encarregado de contribuir com questões relevantes, em detrimento de entidades que, de fato, se envolvem com o agro.

“Estão querendo envolver ideologia em todos os assuntos. A parte ambiental o MST tomou conta e o agro não está envolvido para falar da tecnologia e do profissionalismo que rege o setor. Estamos fazendo um trabalho próximo aos parlamentares e solicitamos audiência com ministro da Educação. É necessário trazer a parte da ciência e o critério técnico precisa ser inserido. O PNE está tratando o agro de forma pejorativa, sendo visto como vilão mais uma vez”, concluiu.
O agro nas salas de aula é essencial
A agropecuária brasileira é reconhecida como uma das mais tecnológicas, produtivas e sustentáveis do mundo. Emprega 19 milhões de pessoas, representa mais de 25% do PIB e contribui decisivamente para o superávit da balança comercial. Mesmo assim, com frequência o setor é apresentado de maneira caricatural aos estudantes brasileiros, ao ser retratado de maneira enviesada em livros escolares.
O dinamismo socioeconômico e ambiental do agronegócio é por vezes distorcido nos materiais didáticos distribuídos a alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Isto faz com que este importante pilar do desenvolvimento do País seja recorrentemente associado à devastação ambiental, exploração de mão de obra e conflitos sociais, entre outros problemas. Esta é a conclusão de um estudo recente, elaborado pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), que analisou o conteúdo referente ao agro em 94 livros didáticos utilizados em escolas públicas e privadas do País.

E preocupante o conteúdo equivocado e deseducativo de grande parte do material pedagógico citado na pesquisa, encomendada pela Associação De Olho No Material Escolar. As menções negativas ao agro superam as positivas em 60%. De 345 citações ao setor, 303 são de cunho opinativo, a maioria pautada por questões político-ideológicas, sem base científica.
Diante deste quadro, cabe uma pergunta: qual o dever de uma boa educação? Se o objetivo for ensinar às crianças e jovens o Brasil real, nele agiganta-se o agronegócio como atividade contemporânea do desenvolvimento, que exige cada vez mais conhecimento técnico e científico na lavoura, na indústria ou e nos serviços.
Faz-se ainda mais necessária uma educação do agronegócio nas salas de aula sem viés ideológico, sobretudo para jovens que, futuramente, vão compor a força de trabalho do agro, seja no campo ou na cidade. É fundamental, na formação escolar, o acesso ao conhecimento da realidade da produção agrícola brasileira. Ao longo de quase 40 anos de carreira no agro, tenho a percepção de um entusiasmo crescente da juventude por este segmento.
Conae 2024
A Conferência Nacional de Educação, convocada pelo Decreto-Lei nº 11.697/23, será realizada de 28 a 30 de janeiro de 2024, em Brasília (DF), com o tema “Plano Nacional de Educação 2024-2034: Política de Estado para garantia da educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”.
O MEC é responsável por promover a Conae, que será precedida de conferências estaduais, distritais e municipais. A articulação e coordenação das conferências são de responsabilidade do Fórum Nacional de Educação (FNE). A Conae 2024 pretende contribuir para a elaboração do novo PNE 2024-2034, de modo que debaterá a avaliação, os problemas e as necessidades educacionais do Plano vigente.
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